Capítulo dois

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Escrita com minha senhorita

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Escrita com minha senhorita... JulianaRamosAzevedo

Do lado de fora da cadeia, o tempo era chuvoso e cheio de trovões. Eram dezesseis horas e vinte e três minutos quando Luciano abrigou Maria em uma sombrinha enquanto ela carregava nas mãos os pertences pessoais que tinham sido retirados dela vinte anos antes e tinham sido guardados.

Ela estava feliz como nunca antes, sua vida de volta, a vida que lhe tinha sido roubada. Respirou fundo, sorriu sem som, estava livre de novo. Livre para viver sua vida e ser a pessoa que ela queria ser. Saiu da sombrinha e deixou que as gotas da chuva molhassem seu cabelo e seu rosto, ela estava feliz, mas era algo que ela não sentia a tanto tempo que nem sabia como descrever.

Abriu os braços, recebeu a chuva, e girou com os braços abertos, os olhos fechados e suas mãos e seu corpo recebendo a chuva em todo seu corpo. Sentir o frio da água, o cheiro da chuva, o gosto da liberdade, ela sentia que estava viva.... Viva e cheia de vontade de lutar, de provar que tinha sido culpada de modo injusto.

Luciano a observava com atenção, acreditava na inocência dela desde sempre, era uma mulher íntegra, honesta, cheia de coragem, alguém que ele admirava muito. Maria sorriu para ele, mas não era um sorriso completo, porque por mais que ela estivesse feliz, não estava plena, estava apenas começando a reconstrução de sua vida...

Entrou no carro com ele, estava toda molhada e molhou o banco do carro, mas nenhum dos dois se importou com isso. Estavam preocupados com outras questões...

− Para onde vamos? − ela disse com calma olhando ele ligar o carro e o colocar em movimento com um sorriso no rosto.

− Você vai ficar em um apartamento que tenho... − ele disse com os olhos um pouco tensos, mas estava feliz.

− Eu quero estar num lugar onde eu possa ter paz e consiga decidir minhas coisas com calma, Luciano. − a voz dela era firme e cheia de certezas.

− Será como você achar melhor, Maria, lá eu vou te passar as coisas que separei aqui para te mostrar, os documentos, as apelações e tudo sobre esses anos todos que você esteve na cadeia.

− Eu sou inocente, eu sempre fui inocente, e ninguém acreditou em mim!− ela disse suspirando, o coração sempre ficava acelerado.

Luciano a olhou e a disse com calma.

− Não vamos pensar nisso agora, você está livre e só isso importa! − ele sorriu passando confiança a ela.

Luciano a levou ao apartamento, conversaram e quando chegaram ele deu a ela um pouco de privacidade. Maria foi a janela e olhou em volta, tudo parecia muito fora de lugar. Debruçou na janela e sentiu o coração acelerar era a hora de mudar. Deu alguns passos e se olhou no espelho, estava descuidada, maltratada, sem brilho, apenas nos olhos o brilho se conservava.

MARIA... - LMWhere stories live. Discover now