Capítulo vinte e cinco

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Escrita com a minha senhorita San Roman... JulianaRamosAzevedo

Luciano tomou ar e pegou um papel dentro de sua pasta e deu a ela.

- Maria, eu encontrei a sua mãe...

Maria o encarou atordoada naquele momento sem saber o que dizer. Nada precisava ser dito, ela apenas pegou sua bolsa e foi com ele ao local onde estava sua mãe. O coração estava na boca e ela pensava em tantas coisas enquanto Luciano dirigia, nada que ela tentasse se concentrar ia resolver sua ansiedade.

Luciano enquanto dirigia foi dizendo a ela os detalhes daquele momento.

- Maria, na verdade quem nos encontrou foi sua mãe, ela cansou de procurar por você, estava muito nervosa quando falou comigo. Acho que ela pensava o pior...

Maria suspirou pensando no que tinha feito a sua mãe. Era o momento dela, o momento de sorrir a ela. Maria tinha sido uma filha maravilhosa e sua mãe Érica sempre tinha sido uma mulher muito correta e criado a filha para ser também. Há muito tempo atrás, ela tinha percebido que a filha era perfeita e amava tudo o que era certo.

Depois de ver Maria se casar com Estevão que ela sabia que Maria amava, mas Érica não aprovava de certo modo, tinham ficado separadas todos aqueles anos. Ela não sabia nem o que sentir em relação aquele tempo todo de distância.

Maria tinha mentido para sua mãe e dito a ela que estava viajando. Nunca tinha contado que tinha ficado presa e agora era a hora da verdade depois da mãe com toda certeza ter procurado por ela todos aqueles anos.

Por fim chegaram a casa de Érica e ela estava aguardando, pois Luciano tinha avisado que levaria Maria. Quando as duas finalmente estavam frente-a-frente, Maria assaltou nos braços de sua mãe abraçando forte porque era tudo que ela mais tinha querido, estar nos braços de sua mãe novamente.

Aquele abraço tinha a força do amor das duas, mãe e filha, laço delicado de amor que saltava aos olhos de qualquer um. Elas estavam dividindo a alma naquele segundo.

- Minha querida filha! Minha doce e amada filha, por que você se escondeu de mim? - era uma dor naquelas palavras.

Maria não podia responder, aquilo não era o momento ali na porta de dizer a verdade tinha que ter tempo para que a mãe absorvesse tudo que ela ia contar.

Érica apertava a filha em seus braços sentindo que o mundo poderia acabar naquele momento porque o amor que ela sentia por aquela filha era tão perfeito. Suspirou quando os olhos se cruzaram e as duas se olharam chorando porque aquele momento era especial demais.

- Desculpa, mamãe por ficar longe todo esse tempo e me perdoe se eu não te procurei.

- Você não pode ficar longe de mim, minha filha, você é tudo que eu tenho. Você é a luz dos meus olhos, Maria e eu fiquei com os meus olhos fechados e cinza por todos esses anos longe de você.

Ela estava dizendo a verdade, tinha procurado a filha com tudo que podia. Conduziu Maria para dentro de casa junto com Luciano e as duas sentaram no sofá se olhando nos olhos com amor, com cuidado, com tudo que uma mãe pode sentir por uma filha.

Maria chorou sabendo que a mãe estava certa que ela tinha o direito de se queixar naquele momento. Ela tinha errado, mas era para proteger a mãe de uma verdade tão cruel, uma verdade que era mentira, porque ela era inocente.

- Eu não quero nunca mais me separar de você. Não quero, mamãe! Preciso de sua ajuda, de seu carinho, de seu amor... - agarrou a mãe com doçura, com tranquilidade de quem estava nos braços maternos.

- Nem eu quero minha filha nunca mais!- sorriu emocionada para aquela filha linda.- Onde está seu marido? Onde está meu genro?- disse toda animada e Maria se levantou do sofá.

Ela tinha que dizer toda a verdade.

- Ele não é mais meu esposo, mamãe, ele não é...- ficou de costas e segurou as mãos de modo nervoso.

Érica olhou Luciano e depois suspirou com aquela notícia, tinha muitas coisas que ela queria saber da filha.

- Pode começar a me dizer, Maria, o que houve com você todo esse tempo? O que levaria aquele homem que era louco por você, se separar? Ou melhor, você se separar dele!

Maria olhou Luciano que educado se despediu e foi a outro local enquanto elas conversavam. Maria se sentou em frente a mãe e disse com cuidado.

- Eu estive presa, mamãe, passei vinte anos na cadeia...- a voz dela era gélida quando disse aquilo e Érica colocou a mão na boca em espanto, o que ela estava dizendo, aquilo não podia ser verdade, era a sua filhinha.

- Você... você não... - ela disse com mais horror pegando a mão dela.

- Eu sou inocente, mas fui condenada. Fui condenada por um crime que não cometi, mamãe, pelo assassinato de Evandro! Mas eu não fiz isso! - ela disse nervosa com medo do julgamento da mãe.

- Minha filha, é isso que você é! É claro que você não fez isso, claro que não matou ninguém e o burro do meu genro não te defendeu? Ele deixou que te acusassem? Foi por isso que sumiu, minha filha? Porque estava presa e seu marido não confiou em sus inocência?

Maria confirmou aquelas palavras e suspirou, sentia dor por pensar naquilo.

- Eu quero falar com ele, quero falar com ele agora! Ele não é louco de dizer na minha frente que te abandonou!!

Maria suspirou olhando para sua mãe e sabia que Estevão era capaz sim de dizer na cara de sua mãe que ela era uma "assassina", mas isso não era nada perto da verdade de saber que os netos foram criados por uma outra mãe que não era ela.

- Mamãe, precisamos conversar e eu vou te contar tudo que me aconteceu nesses anos todos...

Érica apertou as mãos era uma mulher tão correta, não era possível que sua filha tinha passado por tudo aquilo e sozinha por terca e cabeça dura por medo de fazê-la sofrer. Maria narrava sua vida ali para a mãe e Érica sentia seu corpo tremer e quando por fim ela contou tudo ela se levantou bufando.

- Eu não acredito que ele foi capaz disso! Não acredito, Maria! - olhou a filha. - Vamos agora na sua casa quero ver meus netos.

- Mamãe... - Érica a interrompeu.

- Maria, eu não estou aqui para te atrapalhar e sim para te ajudar, mas eu preciso olhar na cara daquele banana.

Maria suspirou sabia que a mãe não iria desistir de ir até sua casa e ela se levantou pegando sua bolsa.

- E essa Patrícia é uma boa galinha! - falou saindo de casa com sua filha. - Não chame Luciano porque vamos em meu carro esse homem te olha apaixonado e sei que você não o corresponde e quanto mais longe melhor! - falou firme e Maria sorriu a mãe era uma bomba preste a explodir.

Foram para o carro e vinte minutos depois o carro parou frente a mansão e Maria suspirou sabia que todos estariam em casa para o almoço e apenas olhou a mãe antes de entrar queria ter certeza que ela não daria com "a língua nos dentes" e Érica a olhou.

- Menina, abre logo essa porta ou eu mesma abrirei por você! - Maria não teve como não rir e abriu a porta para sua mãe que entrou olhando tudo. - Meu Deus, 20 anos que eu não entro aqui, 20 anos! - olhou a filha.

- É, mamãe, aqui a senhora me deixou para ser feliz! - Érica agarrou a filha e a beijou.

- Vai ser ainda meu amor porque eu estou aqui pra me encarregar disso ou não me chamo mais Érica Fernandez! - beijou mais a filha e a voz soou grossa.

- Érica... - Estevão falou sentindo o coração disparar.

Naquele momento ela o olhou e largou Maria e avançou sobre ele.

- Era você mesmo que eu queria ver banana desgramado! - pisou no pé dele e deu um bofetão em sua cara que o deixou zonzo e Maria atordoada.

- Mamãe...

MARIA... - LMOnde histórias criam vida. Descubra agora