10. A ancestral do Espírito de Lótus de Sangue

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Peng Peng acordara pela manhã disposto a dar uma lição naqueles que planejavam dificultar a sua vida. Ele se dirigiu a uma pequena cafeteria, mas não entrou. Ao invés disso, o homem pediu a um dos garçons que fosse chamar a garçonete recém-chegada ao estabelecimento; dissera também que a esperaria ansiosamente próximo a entrada de funcionários.

Aparentemente, Peng Peng não tinha a menor pressa, demostrava tranquilidade enquanto a esperava, mas por dentro, ansiava por ver a garota. Ele não via o momento de encara-la cara a cara, e resolver suas questões com a mesma.

Com um sorriso meigo nos lábios. Fora assim que a garçonete apareceu para o encontro com o tal homem que a procurava. Mas quando vira que o homem se tratava de Peng Peng, seu sorriso se desfizera lentamente. Não que ela não esperasse que um dia ele fosse lhe procurar. Ela esperava por isso. No entanto, sabia que esse encontro não seria um dos melhores, poderia ser o pior possível.

Peng Peng sorriu quando viu medo no olhar da garota. Era exatamente o que ele queria ver.

— Você não sabe o quanto eu desejei que esse dia chegasse, ... Ni Ni.

— Eu imagino.

— Então sabe porque eu vim?

— Eu sei. Para lamentar-se por sua derrota.

Peng Peng deu um meio sorriso, mas estava corroendo-se de raiva por dentro. E ele desejara arduamente colocar toda a sua raiva para fora. Ni Ni iria pagar por se achar esperta o bastante para lhe dirigir a palavra como bem entendia, mas principalmente, por tentar atrapalhar os seus planos.

Rapidamente, o homem levantou o seu braço direito, e com sua mão, usou o seu poder para fazer a garçonete flutuar no ar e apertar a sua garganta. Seus olhos estavam cheios de fúria e ódio, e demostravam satisfação ao ver a garota se contorcendo de dor. Quanto mais dor ela sentisse, mais ele iria se sentir melhor. Na medida do possível, na verdade. A dor que ele lhe causara naquele instante, não era suficiente para fazê-la pagar por sua intromissão. Ela merecia mais.

Embora a garota tivesse num lugar discreto, onde a passagem de pessoas era rara, Peng Peng fizera questão de congelar o tempo naquele local para o caso de haver interferência. Ele não queria ter que sujar as mãos mais do eu uma vez, ainda que não desse a menor importância ao fato.

— Sabe do que eu mais me arrependo? — disse ele, friamente. — De não ter destruído o Espírito de Lótus de Sangue quando eu tive a chance. Destruir a flor não foi o suficiente. Se eu soubesse que ela iria se apoderar de um corpo humano para continuar viva de alguma forma, eu jamais teria cometido o erro de deixa-la escapar.

— Seu... erro foi subestima-la — disse Ni Ni, com dificuldade.

— Verdade. E o erro dela foi me desafiar. Como ela pode não realizar o meu desejo? Essa a sua função.

— Você não aceitou as condições!

— Condições? Você chama aquilo de condições? Eu queria destruir o meu rival para todo o sempre. Simples! Mas ela achou que eu deveria ter uma luta justa. — Peng Peng riu. — Uma luta justa! Ou seja, deixar que outra pessoa fizesse a escolha. No caso.... Não! O que eu pedi era tão fácil de ser realizado. Ela tinha apenas que matá-lo, eliminar de uma vez por todas, a sua alma insignificante. No entanto, ao invés disso, ela lhe deu uma última chance de ser feliz, sabendo que a sua felicidade seria a minha desgraça eterna. Como eu poderia aceitar isso?

— Uma vida em troca de outra. Essa era a condição.

— A morte dele e aminha vida ao lado dela. Era apenas o que eu queria. Quem eu sacrificaria para realizar o meu desejo senão ele? Eu mesmo? Jamais!

Entre Fogo e Gelo ʸᵃⁿˢʰⁱOnde as histórias ganham vida. Descobre agora