21. Mudanças de humor, palavras de conforto

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Peng Peng estava dentro do seu carro, com um olhar sombrio no rosto, olhando para o lado de fora, mas na verdade, não olhava para nenhuma direção específica. Ele estava apenas escondendo a sua raiva para não assustar a pessoa ao seu lado.

Quando ele sondou Yan Die — usando os seus métodos, seus poderes — para descobrir o que tinha acontecido entre a mesma e Ying Kong Shi para que ela viesse a agir da forma que agiu quando os dois estavam a sós em sua sala, ficou muito desapontado com o que soubera. Ele sabia que o maior culpado por isso era Ying Kong Shi, o irmão que tanto odiava. Mas ele não era o único culpado. Se um de seus piões não fosse tão incompetente, talvez o seu plano tivesse dado certo. Ele se arrependera imediatamente de ter confiado uma tarefa tão fácil para alguém tão inútil quando era um mortal. Principalmente, para uma mortal como Liu Zheng. Talvez ela tivesse sido mais útil se fosse a reencarnação da princesa das sereias, Lan Shang. Os poderes dela lhe seriam muito úteis. Mortais eram tolos e sentimentais, assim pensava Peng Peng. Ele não os suportava.

Embora Peng Peng não quisesse assustar Liu Zheng de verdade, ele não hesitaria em demonstrar o quanto estava desapontado com o erro dela. Ele estava realmente furioso. O deslize da cantora fizera com que Yan Die deixasse se envolver por Ying Kong Shi. Essa aproximação dos dois poderia estragar todos os seus planos. As lembranças passadas de Yan Die poderiam, aos poucos, virem à tona, principalmente, se ela se apaixonar por Ying Kong Shi. Não. Peng Peng não permitiria que isso acontecesse. Ele conseguiu impedi-lo de encontrar Yan Da nas suas duas últimas vidas passadas, as duas primeiras dela, para que o destino dele se cumprisse de acordo com o desejo de Ka Suo. Mas, infelizmente, não conseguiu impedir de eles se encontrarem nessa vida. Era a última vida de Ying Kong Shi e a terceira de Yan Da. Peng Peng não poderia perder a oportunidade de destruir o príncipe da Tribo do Gelo de uma vez por todas.

Peng Peng não dirigiu o olhar para Liu Zheng desde que ela se sentou ao seu lado, e nem disse uma palavra. Ele havia ligado para ela antes para pedir que o encontrasse naquele lugar, praticamente, deserto. Na realidade, era um armazém abandonado. Não havia uma alma viva por perto, a não ser os dois. Pelo tom de voz de Peng Peng no telefone, Liu Zheng sabia que ele, àquela altura, já tinha descoberto que ela não conseguira convencer Li Fei a aceitar sua presença na China's Modeling Agency. Por isso, estava bravo.

O que ela poderia fazer?

O que ela poderia dizer?

Quando Liu Zheng se encontrou com aquele homem pela primeira vez, ela o achou uma pessoa completamente diferente da que ele via naquele momento. Peng Peng lhe parecera ser uma boa pessoa, e um homem apaixonado, disposto a lutar pelo amor da mulher que amava. Apenas isso. No entanto, observando a reação dele, ela percebeu que ele estava estranho. Não parecia estar apenas desapontado com a sua falha, mesmo que não tivesse dito nada, não a criticado por nada. O silêncio dele estava deixando-a um pouco temerosa, poder-se-ia esperar qualquer coisa daquele momento.

— Você está chateado? — perguntou Liu Zheng, um pouco insegura.

— Chateado? Você acha que eu estou chateado?

Peng Peng riu.

Ele riu por Liu Zheng ser uma tonta, por ela não fazer ideia de quem ele era. Se o conhecesse de verdade, saberia que ele não ficava chateado com qualquer coisa. Não. Chateação era coisa de mortais. O que ele sentia era ódio profundo. Ele odiava quando os seus planos davam errado. Ele odiava quando os seus subordinados, falhavam em suas missões. E Liu Zheng não era diferente de um.

— Irritado? — Liu Zheng sugeriu.

Peng Peng riu novamente.

— Não, eu não estou chateado, muito menos, irritado — respondeu ele, dirigindo o olhar para a garota. — Eu estou profundamente desapontado com a sua incompetência.

Entre Fogo e Gelo ʸᵃⁿˢʰⁱWhere stories live. Discover now