20. Peng Peng declara o seu amor a Yan Die

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Yan Die em casa entorpecida.

Quando ela fugiu da presença de Li Fei, mal podia acreditar no que tinha acontecido, no que tinha feito. Pior, ela acreditava. Mas não se conformava com a sua atitude. Ela nem sequer soubera como conseguiu dirigir o seu carro até sua casa sem atingir alguém ou ser atingida por alguma coisa. Havia um turbilhão de emoções dentro dela, e ela não era capaz de controla-las.

Ao pôr os pés dentro da sua casa, a primeira coisa que ela fizera fora trancar todas as portas para não correr o risco de ser surpreendida novamente — ainda que houvesse um estranho desejo em seu coração de que alguém específico invadisse o seu quarto aquela noite. Ela não tivera fome, passara mais tempo no banho do que deveria; o banho fora frio, e mesmo ficando mais tempo debaixo d'água, não fora o bastante para refrescar o calor do seu corpo. Depois do banho, ela vestiu a sua camisola, um pouco mais curta e refrescante, e tentou dormir.

Tentou, mas não conseguiu.

Não rapidamente. Antes disso, Yan Die rolou de um lado para o outro na cama, mudou de posição diversas vezes, procurando uma que fosse mais fácil dormir. Ela também cobriu e descobriu a cabeça muitas vezes, tentou ler um livro para ver se chamava o sono mais rápido. Mas nada adiantou. Ela não conseguia tirar da sua cabeça o que tinha acontecido há algumas horas antes: o beijo que ela dera em Li Fei. Exatamente isso. Ela tomou a iniciativa de beija-lo depois que rejeitou a iniciativa dele. "Por que eu fiz isso? ", pensava ele. "Por que? ". E essa pergunta ecoava na sua cabeça.

A empresária não conseguia esquecer também porque aquele beijo fora melhor do que poderia imaginar, e ela ainda conseguia sentir o gosto dele em seus lábios. Resistir ao beijo do modelo era realmente muito difícil, pois era doce e quente. Yan Die sequer soubera como ela conseguiu afasta-lo. Ela usou todas as suas forças para desgrudar as suas mãos das costas de Li Fei. Não tão fácil quando pareceu. O jovem estava a prendendo pela cintura e com a mão entre os seus cabelos, trazendo para ela uma sensação instigante. Se ela não tivesse o impedido de continuar com o beijo, não conseguiria fazê-lo parar em outro momento.

Yan Die não entendera o porquê de ter tomado tal atitude, se antes havia dito a Shuang Mi que era muito cedo para dizer se sentia alguma coisa pelo modelo ou não. Eles se conheciam a pouco tempo, e Yan Die não acreditava em amor à primeira vista. Aliás, ela não acreditava muito no amor até o dia em que conheceu Li Fei. Depois disso, o seu coração fora preenchido por sensações que ela não sentia a muito tempo, apesar de achar que nunca voltaria a sentir novamente. Mas aquele era o único beijo do qual ela se lembrava, mesmo que teimasse consigo mesma que esse não era o seu primeiro.

A mulher não tivera muitos namorados na sua adolescência, mas lembrava de ter tido um que marcou demais a sua vida — só que não fora no bom sentido. Ela não lembrava do nome e nem do rosto do seu ex namorado. Lembrava-se apenas de ter sido abandonada por ele, de ter sido rejeitada por ele, da imensa dor que ele lhe causara. Lembrava-se também do quanto o amava. Era um amor que jamais sentiu igual. O seu coração se alegrava, e ao mesmo tempo, sagrava ao voltar no passado para tentar recordar-se daquela pessoa. Era confuso. Era como se ela o amasse e o odiasse com a mesma intensidade. Yan Die pensava que tinha ficado tão abalada emocionalmente com a rejeição dele que acabou esquecendo o seu rosto, como também, o seu nome. Mas ela não queria lembrar. Isso lhe causaria ainda mais dor.

E ela não queria sofrer por amor novamente.

De tanto sentir-se rejeitada, não apenas por um ex namorado, mas também, pelos seus irmãos mais velhos, a garota, tal qual ela era, tornou-se uma mulher independente, e até mesmo fria e indiferente, para provar para os seus irmãos e os demais, e também para si mesma, que era inabalável e tão competente quanto qualquer homem. Era uma forma de ela ocupar a sua mente, e não pensar em coisas que só a levariam par atrás, literalmente. Ficando apenas no trabalho, não haveria tempo para perder com bobagens. E se apaixonar, namorar, noivar e casar, eram essas bobagens.

Entre Fogo e Gelo ʸᵃⁿˢʰⁱWhere stories live. Discover now