24. Sentimentos confusos

340 23 51
                                    

Yan Die tratou o modelo como se nada tivesse acontecido entre eles na noite anterior, como se ele fosse apenas mais um de seus modelos, e Ying Kong Shi entendera que Peng Peng apagou exatamente todos os bons momentos que eles passaram juntos, fazendo a mesma acreditar que a relação entre os dois era estritamente profissional. Na frente dos antigos modelos, a empresária o tratou como um modelo recém-chegado, inexperiente, com quem não tinha muito contato. Estava, praticamente, acabando de conhecer. Os demais não viram nenhum problema na forma como ela o tratara, pois Yan Die não era o tipo de chefe que fazia amizade com os seus funcionários. Era sempre exigente e rigorosa. Sua única amiga de verdade era Shuang Mi, e ainda assim, ela não abria uma exceção para a mulher.

Não que Ying Kong Shi tenha ficado chateado com a sua atitude. A culpa não era dela. Era de Peng Peng. Aquele maldito havia apagado os momentos que os dois tiveram juntos, não apenas os recentes, como também, os anteriores. Pobre, Yan Die! O príncipe imaginava como estava a sua mente; havia algumas partes em branco, vazia. Ela devia estar se sentindo um pouco perturbada, e não entendendo o porquê disso.

Durante a tarde, o irmão de Ka Suo não tivera chances de conversar com sua chefe, como ele gostaria de ter tido. Yan Die estava muito ocupada com os preparativos para o desfile de inverno, e não lhe deu muita atenção. Na verdade, ela não lhe dera muita atenção. Talvez ela quisesse ocupar a sua mente com alguma coisa, preencher o espaço vazio que havia lá dentro. A outra chance que tinha para conversar com ela, era depois do expediente, quando todos já tivessem ido embora, como fizeram nos últimos dias. Ele não iria perder a oportunidade que ele mesmo havia criado.

Exatamente como na noite anterior, Ying Kong Shi fora até o estúdio de fotografia do fotógrafo Zhao Tong para treinar a fotografia, roubar seu cartão de memória e colocar outro no dia seguinte sem que o mesmo se dê conta. Ele sabia que se deixasse a luz acesa, iria chamar a atenção da chefe, já que ela era a última a ir embora da agência. E não ia embora antes de verificar se todos os seus funcionários já haviam encerrado o expediente de trabalho, e se todas as luzes, de todos os andares, estavam apagadas. Era uma mania que ela tinha. O príncipe do gelo havia criado uma armadilha para a mulher amada. Era cairia facilmente, como das últimas vezes.

Peng Peng tinha apagado algumas de suas memórias, mas não podia controlar os seus instintos.

— Li Fei, o que você está fazendo aqui?

Ying Kong Shi sorriu ao ouvir a voz da mulher se aproximando. Mas não se moveu do lugar, continuou fazendo o que estava: com a câmera na mão, ele esperava o momento certo para usá-la.

— O de sempre — respondeu ele.

— E o que é "o de sempre"?

A empresária estacionou a poucos centímetros de onde o modelo estava, cruzou os braços, e ficou aguardando a resposta do mesmo, não gostando nenhum pouco de saber que ele estava na sala do fotógrafo Zhao Tong, sem a autorização dele, e ainda mais, mexendo em suas coisas.

Sorrindo, o príncipe do gelo levou sua atenção para Yan Die.

— Criando memórias.

— Criando memórias? É uma resposta criativa, mas não convincente. Certamente, Zhao Tong não tem conhecimento algum sobre você estar aqui.

— Não, não tem.

— É o que tem a dizer apenas? Você invadiu o estúdio de fotografia do Zhao Tong, seu superior, mexeu nas coisas dele, e não vê nenhum problema nisso?

— Ele não se importa.

— Como você pode ter tanta certeza?

— Ninguém se importa com o que não sabe.

Entre Fogo e Gelo ʸᵃⁿˢʰⁱWhere stories live. Discover now