08 - O poder da amizade

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O caminho de volta foi mais tortuoso e demorado que o esperado, contudo, houve bastante tempo para que todos no grupo pudessem se conhecer.

O rapaz com o fêmur humano nas mãos se chamava Ulisses. Marcos e o citado jovem conversaram bastante enquanto contornavam a montanha.

Ulisses salvara Marcos da morte ao acertar uma das bestas.

— Formigas gigantes dos infernos.

— Fique descansado Ulisses, você já deu um jeito nelas. Valeu mesmo cara.

— Não foi nada, algo me diz que teria feito o mesmo.

— Esse seu fêmur deve ter poderes mágicos.

— Se há algo mágico nele eu quero descobrir como usar. — brincou.

Outras amizades surgiram também entre as mulheres, Dona Kaline conheceu alguém que possuía a voz mais aguda daquele mundo. Uma garotinha que parecia não saber falar. Soube disso quando foi cercada por duas formigas monstro. As duas caminhavam juntas quando foram atacadas. Tentaram fugir por entre pedras e árvores, mas a inteligência das perseguidoras era incontestável.

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Dona Kaline, ao ver-se cercada, pegou um galho seco de uma arvore qualquer e começou a enxotar o animal. Sem sucesso, logo sua arma foi transformada em serragem. Colocou o próprio corpo para proteger a garotinha. Abraçou-a e fechou os olhos.

Palmer defendia-se de como podia, numa demonstração de agilidade, força e inteligência. Pelo visto, esquecera-se também que aquela força já havia sido maior.

— Esse lugar nos priva de algumas coisas, mas nem tudo parece ruim. — dizia Palmer a seu Pai.

— Você esta mais forte é? Então veja isso! — gabou-se enquanto erguia uma das bestas.

Um grito extremamente agudo foi ouvido, contudo não parecia ser um grito de pavor como o de Victor, ele transmitia outro tipo de sensação.

— Estão fugindo!

— Deixe-as ir, melhor ela do que nós.

— Pai, pare de se "monstrar". Ele já aprendeu a lição. — disse Palmer, ambos riram do trocadilho.

Organizaram-se novamente. Marcos, que vira onde as bestas haviam se escondido gritou por seu pai.

— Senhor força animal, elas entraram neste buraco. — Apontou! — O que acham de...

Mal terminou de dar a ideia e os dois fortões usaram suas habilidades recém descobertas para fechar a entrada com uma pedra gigantesca.

— Maravilha. — gritou Ulisses.

— Isso — advertiu Marcos — não vai segurá-las por muito tempo.

— Não estaremos aqui quando se libertarem. Não estão atacando e sim se defendendo, somos os invasores aqui, esqueceram?

— O que estamos esperando? — inquiriu Dona Kaline.

Recomeçaram então sua jornada.

No caminho Marcos perguntou quem afinal havia dado aquele grito salvador. Dona Kaline então explicou o que acontecera e todos ouviram atentamente.

Palmer quis saber com a garotinha como aprendeu a fazer aquilo.

— Deve ser o meu legado, sabe, eu costumava sonhar frequentemente com uma pessoas me dizendo isso.

— Isso o quê?

— Que minhas raízes tupiniquins um dia seriam testadas.

— Sabe uma vez alguém me disse o mesmo, mas não vem ao caso agora, pra ser franco não me membro quem me disse, desde então estou esperando esse dia chegar.

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