27 - Despertar

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Adzuna não teve dúvidas de que aquele era o lugar correto mesmo nunca tendo estado ali. Um planeta sem forma de vida animal alguma. Com certeza, pela leveza do ar o oxigênio devia ser o mais puro que seus pulmões já respiraram.

- Onde exatamente estamos? - perguntou Eulália olhando as estrelas -, não reconheço nenhuma destas constelações.

Lúcia encheu os pulmões e convidou a todos a fazer o mesmo.

- Batizamos ele de Path, encontramos por acidente e não faço ideia de sua localização. Experimentem saltar vai ser uma experiência diferente.

- E por que dar a um planeta esse nome? Quer dizer caminho? - perguntou Tinamus dando um pequeno salto.

- Path é só um sigla para Planeta área de treinamento humano. E então?

- Então o quê?

- O que achou da gravidade?

- Realmente é estranho, sinto como se estivesse grudado ao solo, mas sei que nada me prende a ele.

- Não é exatamente isso, esse lugar nunca te deixará ter impulso suficiente para sair mais que 30 centímetros do chão.

Não havia tempo para explicações detalhadas, mas aquele planeta foi uma das causas do banimento de Lúcia, mas, na época, nem mesmo fizeram questão de visitá-lo.

- Pela Torus, então foi aqui que...

- Sim, foi aqui que fomos traídos e também onde me apaixonei por Palmer.

- Pessoal, o papo está bom, eu gosto de histórias de amor, mas temos uma missão a cumprir. Existe alguma instalação ou coisa parecida aqui?

- Pensei que ninguém iria perguntar, Tirak. Tem sim, olhem em volta, memorizem este local, se alguém se perder basta pensar neste lugar que uma porta os trará aqui novamente.

- Porta? - Perguntou Tirak olhando para todos os lados.

Lúcia, embora não quisesse demostrar, estava apreensiva, não sabia se conseguiriam criar o tal vórtice composto. Um pensamento, uma porta. Entraram.

A presença de uma garota usando um uniforme cheio de adereços e partes metálicas desfez rapidamente as primeiras impressões. Manuseava uma arma estranha.

- Path querida, é muito bom revê-la. Disse Lúcia enquanto dava-lhe um grande abraço.

No instante em que Tirak a viu reconheceu na arma que ela carregava seu rifle, desejava tê-lo de volta, mas pensou bem e acabou se convencendo de que aquela não era sua arma não usada e perdida. Ele esperou até que ela estivesse longe e comentou o fato com Lúcia.

- Pergunte a Tinamus o que ele vê, compare suas respostas.

- Venham comigo!

Path levou-os ao cume de um de seus montes mais altos, lá haviam milhares de cristais de todos os formatos. A visão de Tinamus era excepcional e logo ele percebeu tratar-se de cristais rúnicos. Já havia ouvido histórias sobre esses cristais, mas nunca, até aquele momento, contemplado um com seus próprios olhos, e, no entanto, lá estavam eles aos milhares espalhados por todos os lados.

- O que são esses cristais?

- São meus tesouros! São de criação própria. Não consigo me lembrar desde quando crio eles.

Tinamus estava bastante curioso sobre o processo de criação, mas Eulália, com uma leve cotovelada, relembrou-o das prioridades.

- Esse parece o lugar perfeito para uma tentativa...

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