25 - Caminhos

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A crematoriana conduziu com sucesso a expedição a Enolos. Waiewa e ela haviam conversado bastante no castelo enquanto os membros do conselho decidiam quais os melhores oficiais para a missão exploratória.

Aquela atmosfera diferia-se em muito à dos demais planetas do sistema, apenas uma parte de nitrogênio por bilhão, se comparada à Terra Prime. Waiewa sabia virtualmente tudo sobre Enolos pois sua mãe esteve ali na primeira missão. Sensores prontos e em dispersão máxima, ajustados para formas de vida. Em alguns minutos uma cascata de dados revelaria a direção mais densamente populada. Todos haviam ficado praticamente em silêncio desde sua chegada. Waiewa e outra oficial papeavam para descontrair. Como o advento da invasão apenas cinco oficiais puderam ser designados para a missão, tenentes Bayer, Waiewa, Beta Max, Elás e Adzuna.

— Nunca entendi por qual motivo chamam essa galáxia de cão maior.

— Certamente o astrônomo que descobriu tinha dois cachorros, um Pincher e um Pitbull...

Adzuna mantinha-se pensativa, mas alerta. Em Crematória não tinham o costume de conversar para descontrair, as conversas por lá eram, em sua maioria, sobre assuntos militares e, raras vezes, sobre a constante e inevitável busca por água. A vida em seu planeta teria sido bem menos difícil se houvesse água com tanta abundância como em outros planetas.

Como previsto a cascata de dados começou a chegar e logo perceberam que aquele não era mais o planeta sem tecnologia que a mãe de Waiewa um dia havia visitado. Preferiram seguir seus instintos de guerreiros e seguiram na direção onde ondas de rádio foram detectadas e não onde haveria com certeza uma vila densamente povoada.

Caminharam por alguns quilômetros e encontraram o lugar de onde partiram as ondas de rádio, era uma base repleta de bradadores e as únicas Matintas presentes ali eram mantidas como escravas. Adzuna sentiu que não conseguiria deixar aquilo barato, cerrou seus punhos e estava prestes a atacar quando um de seus colegas a deteve.

— Calma amiga, precisamos primeiro de um plano. Se veio aqui apenas para morrer, sinta-se a vontade. Veja, estão todos armados até os dentes. O que pode você sozinha contra todos eles?

— Perdoem-me, esses bradadores causaram a perda de milhares de vidas em meu planeta quero muito acabar com eles.

— Sabemos o que fizeram em seu planeta e sentimos muito, mas se matar não vai ajudar em nada e outra, não sabemos se fizerem isso por vontade própria ou se estavam sendo induzidos ou controlados.

— Nunca pensei dessa forma, você tem razão, vamos fazer conforme suas orientações então.

— Ao visitar outros planetas e culturas temos sempre que manter a imparcialidade, só assim estaremos sendo justos.

— Bom, nossos técnicos em bionanotrônica molecular avançada pretendem desenvolver um composto capaz de ...

— Calma aí, disse pretendem?

— Sim, ainda não conseguiram, pois os dados sobre a fisiologia da espécie são ainda insuficientes.

Waiewa não conseguiu conter o riso, o oficial Bayer tinha a fama de falar demais perto de garotas. Adzuna percebeu que um suposto, teórico e milagroso mutagênico seria extremamente inútil.

— Alguém tem um plano para invadir o complexo?

Todos balançaram as cabeças em negativa.

— Então vamos ao meu plano. Precisarei de cobertura e uma barreira, ficarei completamente indefesa enquanto estiver lá.

— Como assim?

— Logo verá. Acho que consigo adentrar o complexo, sabotar os equipamentos e, se possível, voltar com alguém que possa responder algumas perguntas.

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