15 - As donas da montanha

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Victor e Ulisses tomaram um rumo diferente dos irmãos, cobririam mais terreno e salvariam mais vidas assim.
Os dois caminhavam por uma floresta chamuscada. A madeira em brasa ainda expelia fumaça. Nara passara algumas possíveis localizações em que poderiam haver animais ou vida senciente. De fato eles estavam sendo bem eficientes, mas até aquele momento tinham encontrado apenas alguns poucos animais, que foram devidamente marcados para remoção.

- Quantas mais formas de vida existem aqui? - perguntou Ulisses -Não estou convencido de que poderemos salvar todas.

- Eulália bem que poderia mandar alguma ajuda.

- Não conte com isso Victor, Eulália, é uma política, antes de mais nada. Na certa acabaria tentando impedir a conclusão do plano.

- Faz ideia de qual é o verdadeiro plano de Nara?

- Ainda não percebeu? O planetóide inteiro está morrendo. Ela planeja destruí-lo para que Quartzon não o use mais como quartel general.

- Quer dizer igual à estrela da morte?

- Basicamente, mas vamos ver como os outros estão se saindo.

- Meu outro se lembra que Nara sempre disse que um dia ela teria que fazer isso.

- Meu outro também lembra do mesmo, mas ele fica mais com Zira do que com Nara.

Os NTs requeriam recarga, precisaram descer, motivo esse pelo qual agora andavam pela floresta tapando as narinas com os filtros embutidos. Ulisses havia percebido uma corrente de ar um pouco mais frio perto de uma montanha e os dois partiram pra investigar.

- Estou com uma sensação estranha.

- É verdade, parece que há mais alguém por perto e nos observa.

- Meus sensores não detectam nada. Mas os dados que Nara nos passou sugerem o contrário. Encontraremos algo em breve.

Mal acabou de dizer essas palavras Victor pisou em algo diferente. O estalar de galhos secos revelava o óbvios, mas já era tarde. Uma armadilha. Caíram nela feito animais.

Victor pensou rápido e conseguiu acionar os propulsores sônicos do NT e pelas pernas segurou Ulisses.

Nara não teve tempo para projetar algo que pudesse aguentar o peso de duas pessoas e o que se viu foi uma queda um pouco menos desagradável. Ulisses paralisado não conseguiu pensar em nada. A queda desajeitada e à meia propulsão os salvou de algumas fraturas feias, mesmo assim, permaneceu imóvel por alguns instantes antes de conseguir se por de pé.

- É - exclamou Victor tocando no bracelete -, parece que encontramos!

****

Nara estava a poucos passos de completar sua tarefa, não costumava errar muito, os super sensíveis sensores de SOFIA logo detectariam um vórtice toroidal materializar-se. A pulseira da garota começou a apitar, ela respirou aliviada com um sorriso entranho na face e disse a si mesma em voz baixa:

- Encontraram!

****

Antes de dizer qualquer coisa ou se adaptar àquela escuridão algo clareou como um raio o entorno atingindo em cheio as pernas de Victor e rapidamente se propagou por todo seu corpo como uma bolha de pura luz. Rápido veio, rápido se foi. Ulisses nada pôde fazer esperava o mesmo para si, mas nada aconteceu. Começou então a caminhar, acionou o infravermelho no escope de retina e seguiu o rastro do amigo túnel adentro.

- Qual é - balbuciou com ironia -, não sirvo nem para ser capturado?

Percorreu um longo caminho até que as reservas de energia do NT exaurir por completo. Seu único amparo foi uma corrente de ar mais frio que o levou direto para um entroncamento levemente iluminado.

Acesso IrrestritoWhere stories live. Discover now