1 - O Profeta Diário

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Isso te interessa?

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BOMBA RECAI SOBRE O MINISTÉRIO DA MAGIA - OLÍVIA POTTER, A MENINA QUE SOBREVIVEU

É de conhecimento geral que, há 13 anos, o bruxo das trevas popularmente conhecido como Você-Sabe-Quem invadiu a residência da família Potter e assassinou o casal Lílian Evans Potter e Tiago Potter, além de sua única filha, Olívia Potter, deixando como único sobrevivente o lendário Menino Que Sobreviveu, Harry Potter, que atualmente se prepara para cursar o quarto ano letivo na renomada Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Dia 31 de Outubro de 1981 foi quando ocorreu o massacre que, inocentemente pensamos, ter tirado da comunidade bruxa três de seus membros. Porém, tornou-se do conhecimento do Ministério da Magia Britânico no dia 30 de Junho deste ano que a filha do falecido casal e irmã do lendário Menino Que Sobreviveu está viva. As suspeitas começaram a surgir entre a comunidade mágica no fim do ano letivo de 1991-1992 em Hogwarts, quando muitos alunos chegaram em suas casas mencionando o fato de Olívia Potter ter sido selecionada para a Casa Grifinória. Quando questionado, o atual diretor Alvo Dumbledore não deu depoimentos, mas os boatos permaneceram e, ano passado, mais deles surgiram, bruxos afirmando ter visto a Olívia Potter no Caldeirão Furado, o popular pub localizado na entrada do Beco Diagonal. Foi então que um auror de Nível Quatro do Ministério da Magia, George Leopold King, solicitou, há pouco mais de um mês, exames de DNA no Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos para ningúem mais, ninguém menos, que a herdeira supostamente falecida dos Potter. Um registro oficial ocorreu no último dia do mês de Junho, em que a bela jovem de catorze anos se dirigiu ao Departamento de Regulamentação das Leis Mágicas acompanhada do mencionado auror e sua esposa, a auror de Nível Três, Jessica King. Contra fatos não há argumentos, Olívia Lílian Potter foi devidamente registrada no Ministério da Magia Britânico, mas não se sabe a relação entre os aurores e a Menina Que Sobreviveu e, assim como seu irmão, a existência da garota permanece sendo um mistério. Aparentemente, sobrevivência inexplicável é fator genético na família Potter. Atualmente, a Menina Que Sobreviveu prepara-se para cursar o quarto ano letivo na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, quem sabe logo logo Olívia Potter não esclarece sua história a todos os leitores chocados e curiosos? Pode-se dizer apenas, por enquanto, que os Potter gozam de uma inestimável sorte.

Logo abaixo vinha fixa uma foto de uma garota pálida que, para um estranho, podia parecer doce e naturalmente sorridente, mas para todos que a conheciam eram evidentes o sorriso era e o desejo reprimido de estapear o fotógrafo. Olívia desviou os olhos de sua foto e releu a matéria duas, três, quatro vezes. Não importava que tivesse feito aquilo freneticamente durante dias, ainda a perturbava o fato de estar tão exposta naquele pedaço de papel. Não podiam fazer nada, estavam esperando que algo daquele tipo acontecesse, até porque ela não era iludida o suficiente para esperar que o mesmo ministério que havia cogitado assassinar um animal por se defender e que havia prendido um bruxo sem fazer questão de julgamento, conseguiria manter uma notícia tão quente em segredo.

-Olívia? -A garota ouviu a voz de George vindo da escada e se assustou, levantando-se imediatamente do sofá.

-Ah, é você! -Exclamou, voltando o foco para o jornal novamente e jogando-se no sofá. -Lanche da meia noite não é crime, é?

Podia ter saído como uma inocente pergunta retórica que o faria sorrir e revirar os olhos para a garota, mas Olívia fez questão de soar grosseira e evitar olhar diretamente para George, o que ela sabia que o irritava.

-O que está acontecendo? -Perguntou ele de braços cruzados, ignorando sua falta de educação.

Olívia arqueou a sobrancelha.

-Pode ser mais claro? Tem muitas coisas acontecendo ultimamente, outras não.

-É a quarta vez na semana que você acorda de madrugada e vem para cá. -Ela quase sorriu ao perceber a impaciência no tom de voz do bruxo. -Por que não está dormindo?

-Isso te interessa?

CABUM!

-Interessa.

A garota bufou.

-Será que você não pode me deixar em paz?!

-Já chega! -George exclamou, arrancando o jornal bruscamente de sua mão, o que a forçou a olhar para ele com uma expressão indignada.

-Ei!

-Não! "Ei!" digo eu! -O bruxo alterou o tom de voz, soando mais firme, rígido e imponente que de costume. -Eu estou cansando da sua mau criação. Eu não sou um palhaço e não sou seu coleguinha de escola pra você falar comigo bem entender, fui claro? Aliás, você não deveria falar com ninguém desse jeito.

Olívia se manteve em silêncio.

-Olívia, eu fui claro? -Insistiu, os olhos fixos nos dela, a expressão rígida.

-Cristalino.

-Não seja cínica. -Disse. -Você pode ficar brava conosco o quanto quiser, pode discordar, fazer cara feia, dane-se, mas você ainda nos deve respeito e, acima de tudo, tem que parar de agir como criança. Se fizemos o que fizemos, tivemos motivos, Olívia, nós queremos o melhor para vocês, quer você acredite nisso ou não!

A garota bufou e revirou os olhos, levantando-se do sofá.

-Se quisessem o melhor para mim e para o meu irmão, deveriam parar de agir como os cachorrinhos bem treinados de Dumbledore!

George inspirou e expirou lentamente.

-Acabou?

-Você é inacreditável! -Resmungou.

-Eu sou? Jura? Inacreditável é minha filha birrenta que não consegue receber um não como resposta.

-Primeiro, eu sei muito bem receber um não como resposta. -Certo. Naquele momento sua paciência só podia ser medida por números negativos. -Segundo, eu não sou sua filha!

George abriu a boca, mas não emitiu som algum. Olívia caminhou a passos pesados até a escada, pouco se importando se o barulho poderia acordar Jessica, que tivera um dia bastante cansativo, só estava ansiosa para entrar em seu quarto, bater a porta e...

Foi então que parou na metade do caminho, sentindo o sangue gelar.

Eu não sou sua filha!

Eu não sou sua filha!

Eu não sou sua filha!

Eu não sou sua filha!

"Olívia, o que você acabou de fazer?"

George estava na mesma posição, segurando firmemente o jornal em mãos, quando Olívia se virou para ele. A mente distante.

Eu não sou sua filha!

-George? -Chamou baixinho, mas ele não respondeu. Voltar ou permanecer quieta? -George?

-Já passou da sua hora de dormir. -A voz dele saiu rispidamente.

Foi a única coisa que o bruxo disse antes de seguir em direção à escada, passar reto por Olívia e fechar a porta de seu quarto alguns segundos depois, deixando-a sozinha na sala escura pelo que pareceram anos antes que ela tomasse coragem para voltar ao seu quarto, sentindo o peso da culpa aumentar cada vez mais. Seus olhos se mantiveram fixos no teto por uma ou duas horas antes de, enfim, cair no sono.

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OLÍVIA POTTER [4]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora