OLÍVIA POTTER [4]

2 - O encontro na Freezy Funny

Não consigo dormir.

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-O mesmo de sempre?

-Sim, por favor. -Olívia disse, abrindo um sorriso para o atendente do seu mais novo lugar favorito. A sorveteria Freezy Funny havia sido aberta no fim de Junho e, desde então, Olívia ia ao local com bastante frequência. O estabelecimento acabou se tornando adequado para desenhar e, principalmente, para fazer todos os seus deveres, ainda que Jessica constantemente brigasse com o perigo que isso envolvia. "E se algum trouxa ler o que você está escrevendo, Olívia?!", "E se você esquecer algum livro e o Sr. Freud ler?!", "Você não tem noção do perigo se qualquer uma de suas matérias for exposta ao mundo trouxa, Olívia!". Mas, ultimamente, ela não se importava mais em desobedecer. A propósito, sua "discussão" com George acabara de completar cinco dias. Cinco infernais, horrorosos e terríveis dias. Porque, além da residência dos King agora ser um pé de guerra, havia também duas visitas bastante desagradáveis poluindo o ambiente: a dupla satânica.

Então sim, ficar fora de casa era uma excelente alternativa.

-Aqui está! -Disse o garoto que parecia ter uns dezoito anos, servindo o sundae de morango com cobertura de caramelo e nozes por cima. Olívia retribuiu o sorriso dele.

"E que sorriso!"

A teoria de Transfiguração parecia tão incrível que ela mal via a hora de voltar a Hogwarts para treinar tudo o que estava lendo. Mas então lembrou-se que voltar a Hogwarts incluía outras coisas, como abandonar sua confortável rotina de fazer vários nadas, ter que acordar cedo todos os dias e encarar, pela primeira vez desde a volta para casa, Draco Malfoy, o que era uma perspectiva que lhe dava frio na barriga.

-Que coisa estranha essa que você está lendo.

A voz feminina fez o sangue de Olívia gelar, mas ela apenas se virou para encarar a menininha de aproximadamente nove anos que estava com uma expressão desconfiada. Então abriu um sorriso.

-É para o meu ritual satânico, quer que eu te ensine?

Os olhos da garota se arregalaram, ela deixou o pirulito colorido cair no chão e saiu correndo como se sua vida dependesse disso.

"Poxa, Olívia, não precisava assustar a criança." Ouviu uma voz irritante falar dentro da sua cabeça.

"Ninguém te perguntou nada."

-O que foi que a pobre criança te fez?

A voz a fez franzir a testa e encarar, surpresa, a figura masculina à sua frente.

-O que está fazendo aqui?

-Passei na sua casa mais cedo. -Remo Lupin respondeu, sentando-se na cadeira ao lado dela com um leve sorriso no rosto. -Jessie me contou que estava aqui. E então, o que a pobre criança fez para você?

-Não cuidou da própria vida.

-Hmmm, é compreensível. -Ele disse simplesmente, arqueando uma sobrancelha para ela. -Mas não é compreensível o porquê de você ter sido tão...

-Adorável? Doce? Educada? -Interrompeu com um tom de voz sarcástico, mas ao ver que ele se mantinha rígido suspirou e largou a caneta sobre o livro de Transfiguração. -Sei que fui grossa.