3. Primeiro Dia

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Primeiro dia de aula e eu não podia acreditar. Os últimos dois dias haviam se passado tão rápido que não consegui sequer perceber, e apesar de não aproveitar tanto quanto imaginei, estava feliz pelo início das aulas.

Naquela quarta-feira eu acordei mais cedo que o comum para evitar me atrasar. O sol ainda dava seus primeiros passos no céu carioca e Geo ainda dormia quando eu acordei e parti para o banho, me livrando dos resquícios perdidos do sono.

Minhas aulas começavam às 7:00 da manhã, e as de Geo também, por isso, quando saí do banho ela já estava acordada, mexendo no celular. Murmurou um "bom dia" antes de se espreguiçar e resmungar quando o barulho de sua coluna foi ouvido suavemente pelo quarto, para só então se levantar e ir até o banheiro.

A decisão de comprar o nosso material pra faculdade havia sido genial, porque nos poupou muito. Apesar de não saber o que usar para as aulas, eu acreditava que um caderno e algumas canetas fossem nos auxiliar, pelo menos no começo.

Com o sentimento de gratidão pelo planejamento que nos ajudou demais eu terminei de me arrumar. Minha roupa consistia em uma calça jeans clara, uma camisa amarela listrada e um allstar preto nos pés, o cabelo secando naturalmente e algumas pulseirinhas nos braços. Nada muito exagerado mas ainda me preocupava já que a primeira impressão era a que ficava e não queria aparecer descabelada no primeiro dia. Talvez mais para frente.

Quando Geo saiu do banho eu pude sentir o perfume gostosinha do shampoo que ela usava e aquilo me acalmou.

— Finalmente o primeiro dia. Toda vez que eu penso sobre isso eu tenho medo e sinto meu estômago revirar. — minha amiga comenta, sentando sobre a cama dela enquanto segurava a toalha e secava o cabelo de forma delicada. Concordo com a cabeça.

— Eu também sinto medo, de verdade. Só espero que dê tudo certo, porque a gente passou por tanta coisa para estar aqui Geo. — acrescento e solto um suspiro, me aproximando dela e abraço seus ombros com o braço direito. — Vamos pensar positivo né? Vai dar tudo certo.

— Sim, vai dar tudo certo. — sua voz agora passava um pouco mais de confiança, o que me faz sorrir.

Depois de secar o cabelo e passar um creminho com cheiro de morango, Geovana finalmente veste o tênis. Seu look também era simples: uma calça jeans preta, uma blusa branca e o "Tal Tênis Amarelo" como eu costumava brincar.

Nesse meio tempo eu me detive a organizar e chegar minha bolsa algumas dezenas de vezes, com medo de esquecer algo, mesmo que eu soubesse que não teríamos nada demais naquele dia, já que era o primeiro.

Ao pensar que depois de entrar na sala eu estaria sozinha, já que eu e minha amiga fazíamos cursos diferentes, meu estômago congelava e minhas pernas tremiam involuntariamente. Eu não era muito sociável à primeira vista e era bem tímida às vezes, o que fazia a solidão me causar certo pânico.

— Terra chamando Cris. — sou desperta de meus pensamentos pelos dedos de Geovana estalando em frente aos meus olhos e só então percebo que minhas feições estavam paralisadas. Pisco algumas vezes, voltando a realidade.

— Desculpa, eu não escutei Geo. — disse baixo com um sorriso meio culpado.

— Eu 'tava dizendo que a gente se encontra no pátio na hora do almoço, ok? Assim não corre o risco da gente se perder.

— Ok, tudo bem. — concordo e me levanto, colocando a mochila sobre os ombros e suspiro, me preparando mentalmente para sair do quarto. — Vamos?

— Vamos.

[...]

Eu segurei a mão de Geovana de forma totalmente involuntária quando chegamos ao campus da faculdade e vimos todas aquelas pessoas. Ok, fique calma, fique calma, fique calma. Era o que eu repetia dentro da minha própria cabeça como forma de me acalmar diante de tantos rostos distintos. Algumas pessoas pareciam gentis, outras nos olhavam com desdém, mas ainda existiam aquelas que sequer nos notavam em meio a todo mundo.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now