21. Conversa

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Ponto de Vista: Lucas Olioti

A semana passava tão rápida que eu mal conseguia contabilizar os dias. As provas passavam, assim como o sentimento ruim do fim de semana passado. Eu havia me afastado bastante das meninas, mas acabava que não era totalmente proposital porque eu passava o dia estudando para a prova do dia seguinte e não tinha muito tempo para conversar, mas sabia que a reclusão não tinha justificativas já que Mauro e Christian estavam no mesmo ritmo que eu e ambos continuavam a almoçar com elas.

Desde o domingo passado eu não havia conversado com ninguém sobre a minha conclusão, mas não me sentia mal por esse fato. Agora, estando em plena quinta feira com o sentimento de dever cumprido pela última prova ter sido feita, pude respirar aliviado.

— Fala T3ddão, você vai na festa da Vitória né? — Christian pergunta assim que nossa aula acaba.

— A festa de aniversário dela? Vou. Quando é? — pergunto enquanto guardo as coisas na bolsa.

— Esse final de semana. — Chris diz calmo e Mauro se aproxima de nós.

— ESSE final de semana? — pergunto com os olhos levemente arregalados. — Você devia ter avisado antes ô Chris.

— Eu avisei faz duas semanas T3ddy. — ele indaga e ri.

— Devo ter esquecido. — comento com um leve peso na voz. — Mas cê vai também Maurinho?

— Acho que todo mundo vai. — Mauro responde assim que saímos da sala.

— Todo mundo quem? — pergunto curioso.

— Como a Vih disse que eu poderia convidar bastante gente, eu chamei as meninas e o Dani. — Chris explica e vejo quando ele mexe na touca que cobria sua cabeça.

— Ah, entendi. — murmuro.

— Cê vem almoçar com a gente T3ddola? — Christian pergunta novamente e eu nego.

— Vou pra casa, a gente se fala depois. — explico e ele assente.

Faço um toque com ele e com Mauro e os dois se afastam. Continuo meu caminho para casa, mas antes que eu pudesse sair do campus, escuto meu nome ser chamado.

— Lucas! — olho para trás e vejo Pedro vir até mim. Paro de andar e espero ele.

— Fala Pedrão, tudo bem? — pergunto e arrumo o óculos que caía sobre meu nariz.

Era engraçado que Pedro fosse meu primo quando nós éramos tão diferentes. Ele com os olhinhos puxados, dando ênfase em sua descendência asiática e coreana e eu com as características de um brasileiro comum, contraditório até demais. Quando minha tia dizia que nossa família tinha uma queda pelo Rio de Janeiro não era mentira. Graças a ela eu consegui me estabilizar aqui quando cheguei, já que ela morava no Rio havia um bom tempo.

— Tudo bem. — Pedro diz e sorri levemente. Logo começamos a caminhar juntos, porque ele morava na mesma rua que eu. — Você vai na festa da Vih?

— Todo mundo tá falando dessa festa, é realmente imperdível. — brinco e assinto. — Mas eu vou sim. E você?

— Eu vou, não perco por nada. — ele indaga animado.

— Vai levar o Gabe? — pergunto.

— Claro que sim, essa festa não vai ser nadinha sem ele. — meu primo diz sorrindo ainda mais. — Mas e você? Vai levar a Gabriela? — ele questiona e nego rapidamente.

— Não, por que eu faria isso?

— Não sei, agora você só vive grudado nela. — ele resmunga e me olha. — Nem adianta me olhar assim porque é verdade.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now