12. Voltando a Rotina

1.4K 120 156
                                    

Ponto de Vista: Lucas Olioti

A segunda-feira estava chegando mais rápido do que eu desejava e com ela chegou o dia de voltar para o Rio de Janeiro. No dia seguinte a festa na casa do Christian, tive que ir para a casa dos meus pais em Ribeirão Preto passar o final de semana lá. A sorte era que de avião, a viagem durava duas horas então pude aproveitar mais com eles.

Mas, tive que aguentar de sábado até domingo Mauro falando o quanto o final de semana dele estava sendo bom, e eu amava meu amigo, mas o que me incomodava era a proximidade dele com a Cristina, que estava envolvida em todos os assuntos do grandioso fim de semana do Nakada.

Christian zoava o Mauro dizendo que ele estava se apaixonando e eu tive que silenciar o nosso grupo no Whatsapp para evitar mais estresse, que internamente eu não sabia a origem.

Apesar da noite legal que eu havia tido com Gabi, que inclusive lembrava muito pouco, não nos falamos mais, talvez fosse o peso de nossas consciências nos alertando que o nosso namoro havia acabado. Eu não gostava mais dela como antes e tinha certeza que ela também não gostava de mim, mas quando nos encontrávamos apenas "acontecia", não sabia como explicar. E o que restava no dia seguinte eram apenas as lembranças.

Cheguei no Rio por volta das duas e cinco da madrugada, segundo o horário do meu celular, e chamei um carro por aplicativo. Enquanto esperava o veículo, checo meus bolsos a procura da chave do meu apartamento e começo a me desesperar quando não a acho, passando a fuçar minha mochila e suspiro frustrado quando não encontro. Não é possível que eu tinha esquecido a chave do apartamento lá em Ribeirão.

Esse pensamentos tomam conta do meu consciente de forma rápida e me deixam com um embrulho no estômago, não acreditava que havia sido tão desatento a esse ponto.

Penso em ir pra casa do Christian mas então lembro que ele só voltaria de São Paulo na terça-feira, então lembro de Mauro. Ligo para ele cinco vezes e todas dão caixa postal. Mando uma mensagem, duas, três e todas são entregues mas não vistas. Começo a me desesperar ainda mais.

O motorista estaciona o carro na minha frente e então eu dou o único endereço que lembrava: o da Universidade. Mesmo que eu conhecesse poucas pessoas, sabia que não ficaria na rua àquela noite. Ou pelo menos esperava que isso não acontecesse.

Ele leva alguns minutos até me deixar em frente a instituição, e durante o caminho eu tentava ao máximo não roer a pelinha dos meus dedos. Quando o motorista chega ao destino final, pago a corrida e com minha mochila nas costas eu saio do carro. Agradecia por não ter levado nenhuma mala muito grande.

Caminho rapidamente na direção dos dormitórios e primeiro passo no de Mauro, batendo na porta.

— Mauro... Mauro... Mauro! — eu chamava um pouco baixo, com medo de acordar alguém levando em consideração o horário.

Maldita hora que resolvi voltar para o Rio de madrugada. Nunca mais faço isso.

Como ninguém atende a porta me pergunto onde meu amigo estava. Checo o telefone e tenho a resposta através de uma mensagem: ele estava dormindo na casa de outro amigo.

Bufo impaciente, voltando a pensar para onde eu iria. Como se uma lâmpada acendesse encima da minha cabeça, eu lembro de mais alguém que morava ali e poderia me ajudar.

Começo a caminhar para o lado oposto onde eu estava e tento me lembrar onde ficava o dormitório dela. Havia visto pouca vezes ela entrando ali já que alguns amigos moravam por ali também, mas minha memória falha sequer me ajudava naquele instante.

De repente, ao olhar para um dos corredores eu me lembro, e vou até a porta de número 14, implorando ao universo que tivesse alguém do outro lado já que, aparenteme, todos os seres vivos tinham saído naquele domingo.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now