48. Novo Casal?

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Ponto de Vista: Geovana Amaral

O domingo amanheceu incrivelmente bonito e radiante, e apesar da brincadeira besta que os meninos haviam feito ontem, eu tinha acordado bem naquele dia. Talvez fosse porque eu estava feliz pelo meu encontro com Daniel.

Poderia parecer algo bem simples e comum, mas, para mim era algo importante até demais, só de levar em consideração todo o drama que eu havia feito e enfrentado semanas atrás. As coisas entre nós dois estavam melhores que nunca, então por que não dar uma chance?

Eu sentia como se fosse o meu primeiro encontro de toda a vida, mas estava alegre o suficiente para deixar a ansiedade de lado e pensar em como seria. Até então eu não fazia ideia de onde Daniel me levaria, ficando com uma pulguinha atrás da orelha mas relevei porque como ele havia dito: era uma surpresa.

Acordar nunca foi tão bom quanto naquele momento, já que eu precisaria organizar o quarto junto com Cristina e ainda estudar um pouco, apenas para não perder o hábito, por isso, quando percebi que minha amiga também tinha acordado, abri as cortinas e janelas, deixando o vento entrar no cômodo.

A primeira coisa que fizemos depois de escovar os dentes e trocar o pijama foi arrumar as camas, depois nos dividimos em cada uma arrumar as roupas, e tudo isso foi feito ao som de Maroon 5. Era agradável a sensação de estar tudo organizado, e eu nem estava falando só do nosso quarto.

Demorou alguns longos minutos até que eu conseguisse organizar minhas roupas e estivesse satisfeita com o resultado, mas assim que terminei, virei para Cristina, lembrando da proposta de Henrique na noite passada.

— Sabe o que eu estava pensando? — questiono retoricamente. — Sobre a proposta de Henrique. — acrescento, vendo minha amiga me olhar diretamente.

— Você acha que é uma boa ideia? — ela pergunta.

— Boa a ideia não é, mas é interessante. — indago risonha. — Sei lá, você sabe que eu gosto dessas coisas.

— Eu bem sei disso. — Cristina diz rindo levemente. — Lembra daquela vez que no seu aniversário de quinze anos, a gente foi visitar o galpão do lado do cemitério só porque o Júnior nos convenceu a fugir da festa? — ela pergunta.

Eu acabo sorrindo pela lembrança engraçada daquele dia, com certeza a noite do meu aniversário de quinze anos não foi nada convencional. A situação era que quatro adolescentes curiosos, contando com nossa outra amiga Clara, cheios de energia não resultaria em algo diferente já que era algo que queríamos muito. Lembrava daquela noite como se fosse ontem: meus pais haviam resolvido fazer uma festa para comemorar meu aniversário, tudo estava correndo bem, eu estava me divertindo junto com minhas amigas, até que a ideia surgiu de Júnior, um amigo nosso.

No começo Cristina contrariou a ideia, mas então depois de longos minutos, nós finalmente chegamos a decisão final: iríamos até o tal galpão assombrado da nossa cidade. Foi o tempo de eu despistar os convidados da festa e sair pelos fundos de casa. Pelo horário, a cidade estava quieta e escura, e depois de muito caminhar nós chegamos até o local. O melhor eram os relatos que se repassavam por meus pensamentos a medida que nós conseguimos entrar lá, e como tudo estava no completo breu, não foi difícil se assustar com qualquer coisa.

O passeio rendeu três grandes sustos: o primeiro foi quando um gato amarelo que estava lá bateu em uma das correntes grudada na parede e fez um barulho ecoar alto, lembro de quase morrer de susto com o meu coração acelerando. O segundo foi quando o vento bateu a porta do galpão, fazendo outro barulho alto ecoar pelo local. Àquela altura Júnior já tentava nos convencer a ir embora e era engraçado o quanto ele parecia assustado, mas ainda assim nós continuamos. O terceiro e último susto foi quando Clara tropeçou em um balde e escorregou no piso, caindo de bunda no chão. Naquele momento nós decidimos que ir embora era a melhor decisão, já que Cristina havia se convencido de que os espíritos não queriam a gente lá.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now