73. Futebol Na Praia

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O sol tinha dado o ar da graça e força naquela manhã porque o céu estava azulado num tom forte e bem iluminado e o calor fazia eu suar um pouco enquanto caminhava com Geovana até a praia.

Depois de comentar com ela sobre o jogo de Lucas, imediatamente ela quis ir com o argumento de que precisava aproveitar a praia e que estava com saudades do mar, o que foi aceitável já que fazia um tempo que nós não íamos até a praia, por isso confirmei com Lucas o horário e assim marcamos de ir.

Aquela terça feira estava agitada como todo dia de semana e perceber aquilo fez eu agradecer pelas férias recém chegadas, estava animada para aproveitar minha folga. Passava das nove e meia quando chegamos no ponto marcado e pude ver que os garotos já organizavam os gols.
Assim que chegamos na areia pude notar que Lucas já estava perto do restante do pessoal tentando arrumar os gols, por isso me detive a seguir Geovana.

Embora eu fosse ficar mais ali que no mar, ainda assim coloquei um biquíni por debaixo da roupa que usava, era bom estar prevenida. Eu e Geovana sentamos no espaço coberto que tinha ali para assistir eles jogando e tudo ficou mais divertido quando descobri que Daniel também iria aparecer no jogo a convite de Lucas.

Eu estava distraída olhando para o mar e sentindo o vento balançar meus cabelos quando de repente minha visão foi tampada por um corpo que ficou em frente ao meu rosto. Pelo ângulo eu só conseguia observar as pernas, mas a medida que eu levantei o rosto e encarei a face da pessoa, meu coração gelou e eu tive a sensação de perder todo o sangue do meu corpo.

— Olha que coincidência. — o rapaz disse e eu não conseguia acreditar que o destino era tão traiçoeiro daquela forma. — Como o mundo é pequeno. — ele continuou falando e seu rosto carregava o mesmo sorriso que ele havia usado no dia anterior.

Eu não podia acreditar que tinha encontrado o mesmo cara do carro prata de ontem. Continuava quieta em silêncio, processando o que estava acontecendo, e a notar seus trajes tive certeza de que ele também fazia parte do jogo daquele dia.

— Ué, a gatinha não tem língua pra falar?

— E quem seria você? — Geovana tomou a frente e eu agradeci mentalmente a minha amiga.

— Ah, prazer, eu sou o Murilo. Não sei se a sua amiga falou de mim, mas nós nos conhecemos ontem. Uma pena que não tivemos tempo de conversar, mas parece que o destino está trabalhando ao meu favor. — ele disse com a voz sedosa e eu automaticamente me lembrei do jeito que ele havia falado comigo antes.

Geovana me olhou e pareceu entender quem ele era exatamente, por isso eu fiquei olhando para ela. Caso ela conseguisse me encarar por mais um minuto, tenho certeza que notaria o desespero nos meus olhos. Mas, como se a salvação tivesse finalmente chegado, vi Lucas se aproximar de nós e tive vontade de correr até ele e o abraçar, mas não queria demonstrar que as tentativas futis de Murilo estavam me atingindo. Talvez ignorar aquilo fosse a saída mais fácil.

— Vocês vieram! — Lucas indagou assim que estava próximo o suficiente. — E já estão fazendo amizade.

Finalmente pude me levantar e ir até meu namorado, abraçando a cintura dele. Mesmo que eu admitisse intimamente, me sentia mais segura com ele ali e era péssimo constar aquilo sozinha.

— Vocês se conhecem? — Murilo pareceu interessado em saber.

— Claro que sim. Murilo, essa é a Cristina, minha namorada e Geovana, a melhor amiga dela e minha amiga também. — T3ddy anunciou com um sorriso no rosto.

Eu apertei meu braço ao redor dele e forcei um sorriso, e me senti automaticamente enjoada quando Murilo deu um sorriso presunçoso e me olhou de cima a baixo.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now