83. A Ilha

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Diferente da noite anterior, a manhã do dia seguinte estava ensolarada e levemente morna. Nem parecia que o mundo tinha quase desabado sobre a casa em forma de água, mas o sol me animou porque nós finalmente iríamos para a praia.

Naquela manhã eu acordei um pouco mais disposta e logo que tomei o remédio aos primeiros sinais de cólica, me senti melhor. Pela sorte do destino eu havia trazido um biquíni preto que me ajudaria bastante em conjunto com o meu não tão querido coletor, mas a vontade de conhecer a praia de Angra fez eu encarar o pequeno objeto com formato semelhante a um funil pequeno de maneira amigável.

Assim que terminei meu banho, fiz todo o processo convencional de colocar o coletor e logo me vesti, pedindo aos céus que tudo desse certo. Os primeiros instantes foram incômodos mas logo me acostumei. Minha manhã começou cedo naquele dia já que havia acordado às sete e meia e mesmo que eu quisesse ao máximo ficar deitada já que o braço de Lucas esteve por cima da minha cintura por tantos minutos, tive que levantar.

Encontrei com Pedro e Geovana na cozinha arrumando os lanchinho que levaríamos para a praia e me juntei a eles até que o restante dos meninos acordasse. Nesse percurso de tempo, depois de terminar a organização, pude responder algumas mensagens das minhas amigas e dos meus pais, como de costume, e quando tanto Gabriel, quanto Dani e Lucas surgiram na cozinha, nós fomos nos arrumar para o dia praiano. Eu estava tão animada apesar do contexto fisiológico.

E cá estávamos no momento atual, onde eu já estava totalmente pronta para sair, depois de ter passado protetor solar. T3ddy havia se arrumado em questão de poucos minutos e eu acabo rindo sozinha quando lembro de como ele me olhou estranho quando viu o coletor na minha mão.

" — O que é isso? — ele perguntou curioso, deixando a atenção do cabelo de lado e me olhando.

— Hm... Um coletor menstrual. — explico paciente.

— Ah... Pra que serve? — Lucas insiste e eu acabo rindo levemente.

— Então, sabe um absorvente? É quase a mesma coisa, só muda que é de borracha e usa lá dentro.

— Você põe isso lá dentro? — T3ddy questiona alto e surpreso.

Sua expressão fez minha vontade de rir aumentar.

— Tecnicamente, sim. — respondo simples.

— Não dói? — quando percebo ele já estava com o corpo todo virado na minha direção, de costas para o espelho.

— Na verdade não. — respondo novamente.

— Ah, é verdade, eu também coloco coisas bem maiores aí também né, e não dói. — ele diz pensativo e eu acabo gargalhando.

— Lucas! — exclamo e jogo uma blusa em sua direção.

— Mas é verdade, ué. — Lucas volta a dizer. — Convenhamos que eu não sou nada pequeno. — ele insiste e logo um sorriso malicioso surge em seus lábios.

— Nós não vamos discutir o seu tamanho. — indago com as bochechas fervendo de vergonha.

Segundos depois ele volta a olhar para o espelho, joga o cabelo molhado novamente para um lado e para o outro, para logo em seguida vir até mim, e quando sua boca estava bem próxima da minha bochecha, voltou a falar.

— Até hoje você não reclamou, sinal de que não é ruim. — ele murmura antes de dar um beijo em minha bochecha.

Antes que eles estivesse do lado de fora eu grito um "não tem mesmo do que reclamar" e escuto sua gargalhada. Meu namorado era inacreditável."

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now