36. Discussão

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Ponto de Vista: Cristina Sampaio

No dia seguinte eu achei que estaria melhor e que encararia o mundo com os outros olhos, mas eu estava enganada. Nunca imaginei que a primeira "crise" de choro faria eu acordar mais cansada do que quando fui dormir.

A luta para levantar e ir me arrumar para a aula foi enorme. Quando saí do banho e me vesti, tive que lidar com as olhadas de Geovana, e embora ela não dissesse nada, sabia que suas expressões diziam tudo. Eu só queria voltar para o dormitório novamente e ficar em paz.

Como uma brincadeira do destino, tudo acontecia nos meus piores períodos, conhecidos também como dias pré menstruais, e era exatamente naqueles momentos que eu me tornava sensível. Desde sempre sofri com as oscilações de humor e toda a bad característica daquela fase. No mais, eram momentos que eu queria me isolar, e para piorar, minha mente repassava milhões de hipóteses para a noite passada. Não sabia se queria ver T3ddy hoje.

Saí com minha amiga para a aula, e quando nos despedimos, segui meu caminho. Encontrei com Andreia na porta da sala e nós entramos juntas, logo me sentei em uma das cadeiras e coloquei a bolsa encima da mesa.

— Você está bem? — Andy questiona baixinho e toca o meu braço.

Aceno positivamente com a cabeça, sorrindo levemente.

— Estou bem... Ou vou ficar. — afirmo e ela continua me olhando.

— Você já viu ele hoje? — Andreia questiona e eu suspiro.

— Ainda não... E não sei se quero. — digo sincera. — Não sei como reagir em uma situação dessas.

— Vocês vão ter que conversar amiga e ele vai ter que explicar o que 'tava fazendo com a Gabi lá, não tem como fugir. Não vai ser fácil, mas se vocês querem continuar juntos, vão ter que aprender a conversar e resolver as coisas juntos. — ela explica e eu assinto.

No fundo eu concordava com as palavras de Andreia, porque sabia que era necessário, mas era difícil quando acontecia com a gente. Aconselhar os outros parecia muito mais fácil do que seguir os próprios conselhos.

Para minha alegria, Samuel entrou na sala todo animado e iniciou mais uma aula, me tirando parcialmente do meu drama pessoal.
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— Você não pode fugir assim Cristina Sampaio. — Geovana murmurava impaciente.

Eu insistia em querer ir para o dormitório e ignorar totalmente o meu almoço só para não ter que olhar para Lucas. Era óbvio que eu ainda o amava demais, e talvez o maior impencilho fosse esse, amá-lo demais e ter medo de perder aquilo que eu nem tinha construído direito, mas eu não sabia se estava preparada para ter aquela conversa.

As paranóias insistiam em me perturbar e fazerem eu ficar em um misto de irritação e chateação, por isso eu só queria ir para o meu quartinho e aguentar mais um dia.

— Você é namorada dele, e precisa tirar satisfação sobre o que aconteceu. — minha amiga argumentava e eu olho para ela.

Estávamos no corredor da minha sala, já que ela havia ido até lá para ter certeza de que eu iria almoçar. Naqueles momentos era como se Geovana fosse realmente minha mãe.

— Eu realmente preciso desse tempo antes de ir trabalhar, não posso chegar lá nervosa Geovana. — comento baixo e suspiro. — A noite eu resolvo isso. Só preciso ficar um pouco sozinha.

— E não vai comer nada? — ela pergunta preocupava.

— Na lanchonete eu como alguma coisa. — afirmo e mesmo a contragosto, Geo concorda.

E De Repente, Era Amor - T3ddyDove le storie prendono vita. Scoprilo ora