35. Falta de Sorte

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Ponto de Vista: Lucas Olioti

A terça-feira estava extremamente entediante, embora eu já tivesse coisas para fazer naquele dia. Quando comecei a fazer engenharia, imaginei que seria difícil, mas não esperava que fosse tanto.

Os poucos cabelos que eu tinha estavam sendo perdidos no planejamento do próximo trabalho e eu sentia que ficaria calvo antes do previsto. Mesmo que a apresentação fosse dali um mês, era bom iniciar o quanto antes. A minha sorte era que estando com Christian e Mauro, as coisas facilitavam porque eles sempre me distraiam.

As duas últimas aulas serviram para eu e meu grupo planejarmos como seria o nosso projeto, mas a gente mais zoava do que de fato trabalhava. Como eu sabia que precisava sair antes do almoço, mando uma mensagem para Cristina.
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lucas olioti

oi amor, bom dia

desculpa não poder almoçar com vocês hoje

tô meio ocupado com umas coisas da faculdade

por isso não vou ir

mas se cuida tá bom? qualquer coisa me manda mensagem


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De repente Christian pega o celular da minha mão e corre até o canto da sala junto com Mauro. Bufo e vou até eles, escutando ambos enviando um áudio para ela.

▶️ "OI XARÁ, PODE DEIXAR QUE A GENTE CUIDA DO T3DDÃO"

▶️ "ô cris desculpa aí o Christian gritando não ajuda nada né? não esquece de beber água"


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Pego o celular deles e reviro os olhos.

— Qual a necessidade? — questiono levemente irritado com os dois.

Ao contrário de mim, Christian ria e Mauro ajeitava os cachos.

— Só pra descontrair paizão. Não fica bravo. — Chris brinca e faz um bico.

Saímos da sala quando o professor nos libera incrivelmente mais cedo, e vou com Mauro até o carro de Christian.

— Passar lá em casa só pra deixar a bolsa e de lá nós vamos no centro já imprimir a planta. — Chris avisa e eu concordo, sentando no banco de trás e colocando a bolsa ao meu lado.

Dedilhava a tela do celular enquanto escutava a música tocar no som do carro. Logo um sertanejo começa e eu e meus amigos começamos a cantar alto no carro até chegar no nosso destino.

Desço do carro e bato a porta, espetando os outros dois. Assim que Christian desliga o som e sai, nós andamos até a casa dele. Ao entrar, deixo a mochila encima do sofá e vou até cozinha, abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de água.

— Fala aí T3ddão, como estão as coisas? — Christian pergunta assim que entra no mesmo cômodo que eu estava.

— Como assim? — questiono curioso e bebo mais um gole da água gelada.

— Como vai a vida de comprometido? — ele insiste e eu estreito os olhos, desconfiado.

— Vai bem, normal. Tô bem feliz. — comento e ele continua me olhando. — O que foi hein Christian?

— O que? — ele tenta disfarçar e mexe no cabelo.

— Você não é de se interessar pela minha vida amorosa.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now