27. O Pedido

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Ponto de Vista: Lucas Olioti

Eu estava nervoso e revisava meu plano dezenas de vezes. Tinha certeza do que queria, mas ainda tinha uma parcela de insegurança dentro de mim, que me atormentava. E se ela não gostasse? E se fosse cedo demais? E se ela simplesmente não quisesse?

Pedir Cristina em namoro parecia uma ideia brilhante e tão certa para aquele momento, porque eu me sentia tão bem perto dela e a cada dia sentia como se meus sentimentos ficassem mais claros e precisos. Eu sabia que amava ela mesmo antes de esclarecer as coisas entre nós.

Por mais que nós não tivéssemos um "rótulo" eu jamais conseguiria pensar em outra pessoa que não fosse ela, e me sentia familiriazado com o sentimento de acordar de manhã e mandar mensagens de bom dia, ou de sentir seus braços ao meu redor e o seu perfume bem pertinho de mim. Era diferente de tudo o que eu já havia sentido e me sentia bobo e apaixonado, mas não me envergonhava.

E, apesar do meu "passado" — lê-se Gabriela — sempre estar retornando na minha vida, daquela vez, eu não sentia mais nada além de amizade pela loira e estávamos bem com aquilo, assim como eu também estava bem pela proximidade de Mauro e Cristina.

Mesmo que todo o nosso grupo de amigos soubesse sobre nós, eu queria muito poder chamar a garota que eu gostava de "minha namorada" e sentir ainda mais firmeza entre nós, por isso havia planejado todo o jantar de hoje para pedir Cris em namoro.

Naquela manhã eu havia passado parcela da aula pensando sobre isso e quando saímos para o almoço, Christian chamava minha atenção à cada minuto. Quando me sentei na mesa, abracei Cristina como de costume e deixei um beijinho singelo sobre seus cabelos, suspirando quando seu cheiro impregna meus sentidos.

— Como foi a aula? — pergunto curioso e vejo ela me olhar sorrindo.

— Foi tudo bem, só assuntos novos e mais matéria. — ela responde e eu concordo com a cabeça. — E a sua?

— Tudo normal, só me senti meio disperso durante a aula. — comento e arrumo o óculos que insistia em cair sobre meu nariz.

— Aconteceu alguma coisa? — Cris pergunta e percebo seu semblante preocupado, o que faz meu coração aquecer.

— Não, 'tá tudo bem. É normal isso acontecer às vezes. — explico sincero.

— Ah, entendo. Acontece sempre comigo também. — ela acrescenta rindo baixo. — O jantar de hoje ainda está de pé?

— Claro, claro que sim. — me apresso a dizer e sorrio. — Nove horas é um horário bom? — pergunto.

— É ótimo. Você que vai cozinhar? — Cristina pergunta e percebo sua sobrancelha arqueada.

— Percebi um deboche na sua voz. — comento estreitando os olhos, reprimindo o riso que insistia em querer escapar.

— Desculpa amor, mas eu não confio na combinação de fogão e você. — ela diz rindo e eu faço um bico.

— Me senti ofendido agora, MAS vou te perdoar só pelo fato de você me chamar de amor. — digo convencido. — Estamos evoluindo.

— Óia T3ddão todo apaixonado. — Christian diz alto e eu olho pra ele, sentindo uma pontada de timidez me atingir.

— Christian deixa de ser intrometido. — Pedro ralha.

— Mas é verdade, né não T3ddy? — Chris pergunta risonho.

— Aí você me sugou um pouco Chris. — comento coçando a nuca.

O hábito de me queimar não havia acabado mesmo, e mesmo que eu estivesse familiarizado com todos da mesa, ainda assim me sentia tímido por toda a atenção voltara para mim, e como se percebesse isso, meu primo desconversa e começa a falar sobre um novo trabalho que ele tinha que fazer.

E De Repente, Era Amor - T3ddyDonde viven las historias. Descúbrelo ahora