67. O Resultado

520 32 48
                                    

O exame precisou de um pouquinho de sangue meu, mas a retirada dele pareceu tão demorada quanto o caminho até ali. Eu estava ansiosa e não sabia direito o que pensar.

Tive que ir para a sala anterior para esperar o resultado do teste, e quando encontrei com Lucas novamente, ele me olhou apreensivo. Não sabia o que dizer, mas ainda sim me sentei ao lado dele e o olhei.

Seus lábios se abriram e fecharam por algumas vezes como se ele estivesse cogitando a ideia do que dizer, mas acabou ficando em silêncio.

— Eu... Sinto muito? — começo dizendo baixo.

— Tina... — Lucas começa mas eu o interrompo.

— Eu não sabia que isso poderia acontecer eu só... Eu juro que estou tão perdida quanto você. Se esse teste der positivo as coisas vão ser totalmente diferentes, mas eu... Você não vai precisar ser presente. Quer dizer, vai ser importante mas não precisamos ficar juntos e...

— Cristina... Você acha mesmo que eu vou te deixar se esse teste der positivo? — Lucas me perguntou sério.

— Eu não sei... Desde que nós chegamos você está quieto. Eu sei que está tudo uma confusão mas você não parece gostar de toda essa ideia. — indago sincera.

— Tina, eu amo você. Jamais vou te abandonar amor. — ele diz e me abraça.

Naquele instante o choro entala na minha garganta e meus olhos marejam.

— Independente do resultado, eu vou estar aqui. Claro que eu não tinha em mente ter um filho agora, mas se for para ser, nós vamos seguir em frente, juntos. Eu não seria capaz de te deixar sabendo que você carrega um filho meu. Nunca. — Lucas murmura e àquela altura eu já chorava baixinho.

Ele afasta nossos corpos e sinto quando seus polegares limpam minhas lágrimas. Suas palavras atingiram meu coração como uma porção de calmantes e eu apenas assenti, suspirando.

— Eu amo você. — indago baixinho e olho para ele.

— Eu também amo você. Ou talvez vocês. — ele diz e acaba rindo.

O acompanho, me sentindo um pouco mais leve. Eu estava com fome mas não tinha certeza se queria comer, por isso me encostei na cadeira e com os dedos entrelaçados nos de Lucas, permaneci ali esperando qualquer que fosse o plano do destino para nós.

Nesse meio tempo quatro outras pessoas entraram na mesma sala e permaneceram ali, quietas e pensativas.  De modo geral eu conseguia perceber que todas estavam ansiosas para qualquer que fossem os resultados dos exames que elas fariam. Quando outro rapaz entrou na mesma salinha que eu, acabei desviando o olhar e encarei meu colo, desistindo de observar as pessoas da sala, porque ainda sentia uma pontada de ansiedade me cobrir por inteira. Estava tão nervosa quanto antes.

A espera pareceu eterna e eu estava quase cochilando quando a enfermeira entrou na sala com uma pequena bandeja. Nela tinha alguns biscoitos de água e sal e um copinho com o que parecia suco de laranja. Ela conseguiu me convencer a comer com ajuda do meu namorado, e mesmo a contragosto eu comi os biscoitos.

Meu estômago reclamou, mas o enjoo não estava tão forte. Supus que meu organismo estava tão cansado que desistiu de recusar os alimentos, então pude comer quase totalmente em paz.

Cerca de meia hora depois uma outra enfermeira surgiu com um envelope em mãos e pediu que eu e Lucas acompanhássemos ela até a sala de doutora Marcela novamente. Àquela altura do campeonato todos os meus amigos já sabiam e estavam tão ansiosos quanto eu, mas não contei nada aos meus pais por receio de qual seria a reação deles. Resolveria tudo depois.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now