E De Repente, Era Amor - T3ddy

68. Planos

O tempo passara tão rápido que eu não podia acreditar, novamente, que um novo mês tinha começado e que aquele seria o último mês do ano. Desde todo o sufoco que eu havia passado, já haviam se passado algumas semanas e as coisas voltaram ao normal. Minha mãe ficou sabendo do ocorrido e quase viajou do Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro apenas para me dar um sermão, tanto sobre as prevenções quanto sobre minha saúde e alimentação. No final tudo tinha se acertado e ela se acalmou e eu comecei a tomar o remédio que havia comprado.

Os resultados das minhas provas estavam saindo aos poucos e naquele dia eu receberia a última delas. O aniversário de Lucas seria dali dois dias, então eu estava ansiosa e eufórica pela preparação.

Era incrível o quanto eu e meus amigos conseguíamos ser discretos. Aparentemente, os pais de Lucas também apareceriam na festa, mas esse detalhe apenas eu sabia, já que tudo seria surpresa. Conversei com Christian e como ele era o amigo mais próximo de nós em questão de localização, ele prometera que também iria. Tudo estava quase pronto.

Comprar o presente de aniversário de T3ddy tinha sido uma grande dúvida porque eu não sabia exatamente o que ele queria, mas no final minha mãe acabou me ajudando a escolher um relógio que ele havia dito que gostava há algumas semanas atrás. Me sentia ansiosa para ver a reação dele em relação a festa, aos presentes e tudo o que envolvia a comemoração de mais um ano na vida dele.

Voltando ao instante em que eu estava, olhei para Andreia e ela lia um livro de capa vermelha e branca. A moça bonita estampava a capa e parecia que ela estava refletida em muitos espelhos, por isso fiquei curiosa e li o título do livro. Escrito por uma fonte bonita estava "A Elite" e eu me recordava de reconhecer aquele livro de algum lugar. Minha atenção se voltou para meu professor e ele continuava a corrigir os testes. Sua expressão denotava cansaço e Marcelo parecia bastante diferente do começo do ano, mas ainda continuava lindo.

Eu mexia minhas pernas discretamente enquanto esperava que ele terminasse a correção logo para saber se havia passado de semestre. Até então eu não tinha entrado pra nenhuma recuperação ou algo do tipo, e esperava que sociologia fosse uma das matérias que finalizaria meu final de ano tranquila.

Meu pensamento se voltou para o natal que já estava próximo e novamente me peguei pensando que aquele seria o primeiro natal longe de casa. Não sabia exatamente o que sentir diante daquela ideia, mas meus pensamentos foram interrompidos pelo professor que acabara de levantar e começou a entregar os exames.

Meu nervosismo aumentou quando eu vi algumas expressões decepcionada de meus colegas de sala, outros sorriam vitoriosos e eu me perdia por não saber a qual grupo eu faria parte. Quando Marcelo se aproximou de mim, encarei seu rosto a procura de algum sinal de reprovação e quando ele me viu, sorriu e piscou de forma amigável, me entregando a folha da prova com a nota em seguida.

Alguns segundos se passaram até eu analisar a folha em minha mão e não pude conter o sorriso e suspiro aliviado quando finalmente vi minha nota. Eu tinha passando com um nove e meio na média e me sentia tão feliz. Apesar de sociologia ser uma das minhas matérias favoritas, ainda sentia a insegurança de ter uma nota ruim, tão qual foi minha surpresa quando percebi o resultado. Pude suspirar aliviada pelo resto das aulas que se passaram.

Quando o último horário acabou, arrumei meus materiais e esperei Andy guardar seus cadernos e seu livro, para só então nós sairmos da sala, acompanhando o ritmo dos alunos que também rumavam para o refeitório.

— Eu fiquei aliviada pela nota que recebi hoje. Achei que ficaria pra pagar a matéria no semestre que vem. — Andreia diz e me encara.

— Eu também me senti assim amiga, juro. Mas estou muito feliz que tenha dado tudo certo no final. Pelo menos esse final de ano eu vou ficar tranquila. — respondo e ela assente em concordância, um sorriso pairando sobre seus lábios.