59. Jantar Na Casa Dos Pais

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Ponto de Vista: Geovana Amaral

Eu me segurava para não roer as unhas das mãos e descascar o esmalte que eu havia usado para pintar elas. Me sentia extremamente nervosa e não conseguia conter a vontade de bater com o pé no chão. Naquele dia tudo parecia querer acontecer mais cedo, e quando Daniel me mandou uma mensagem dizendo para eu me arrumar um pouco mais cedo, eu quase tive um treco.

Meu namorado sempre estava tentando me acalmar com palavras doces e gentis, por isso vez ou outra eu me pegava sorrindo com ele e descansando os ombros. Era bom e engraçado poder chamar Daniel de namorado levando em consideração tudo o que nós havíamos passado, mas desde o jantar que tivemos no primeiro encontro, nada foi encarado da mesma forma.

Algumas semanas depois eu me vi sendo pedida em namoro da forma mais curiosa e engraçada possível: ele havia contratado toda uma equipe de uma empresa de balões infláveis, daqueles que voam com as pessoas dentro de uma cestinha, e graças ao universo nós não voamos nele porque o tempo resolveu mudar de repente.

Apesar de ter que encarar uma certa decepção no olhar de Dani, ainda assim estava aliviada por não ter que tirar os meus pés do solo firme, e me surpreendi quando ele deu continuidade ao plano inicial, e então me pedira em namoro. Foi um dos momentos mais fofos e divertidos da minha vida. E, aquele seria o primeiro de muitos que viriam. Daniel era definitivamente o melhor namorado que eu poderia ter em toda a minha existência.

Naquele dia eu iria conhecer os avós paternos de Daniel, já que seus pais eu conhecia há algum tempo, e mesmo que já estivesse familiarizada com a família dele, os avós ainda eram pessoas importantes e com certeza eu não queria que eles me odiassem ou algo do tipo.

— Hm... Eles estão pertinho de chegar, minha avó acabou de mandar mensagem. — Daniel indaga segundos depois de eu mexer no brinco da minha orelha pela décima vez.

Nós estávamos sentados na varanda do quarto dele, que dava a vista para a rua onde ele morava, por isso vez ou outra me distraia ao observar algum idoso passeando com seu animalzinho ou casais com seus filhos.

— Eu não estou muito extravagante, né? — questiono baixo e encaro ele de imediato.

— Você está perfeita amor, nenhum defeito. — Daniel afirma e segura minha mão.

Acabo sorrindo em seguida e desvio o olhar.

— Se você quer saber, eu tenho cem por cento de certeza que meus avós te amam, já que eu falo muito de você pra eles. — meu namorado volta a dizer.

— Você fala de mim, pra eles? — questiono surpresa.

— Claro que sim, quem você acha que eu uso de desculpa pra não ter que ir lá na casa deles aguentar meus tios chatos. — Dani argumenta e eu acabo gargalhando.

Eu amava o fato de que naquela altura do nosso namoro ele já se permitia fazer brincadeiras e estava menos introvertido, embora ele continuasse com o hábito de sempre me pedir permissão para gestos e sempre precisava saber que eu estava bem em alguma situação. Me tranquilizava sentir todo o cuidado e amor dele.

— Você é muito malvado. — brinco e quando ele faz um biquinho com os lábios, sorrio e logo deposito um selinho sobre os mesmos.

— Definitivamente eu não gosto de escutar piadas machistas e chatas vindas deles. — Daniel acrescenta e eu apenas concordo, voltando a segurar sua mão.

A brisa do fim do dia batia em meu rosto suavemente, e nós continuamos a conversar sobre assuntos aleatórios. Não demorou muito para que nós estivéssemos falando sobre o andamento dos nossos cursos, as provas de fim de ano, mas, o frio na barriga voltou quando observei um carro branco estacionar na frente da casa.

E De Repente, Era Amor - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora