13. Estranho

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Quando acordei no dia seguinte, com o despertador tocando, abri os olhos devagar e meu coração acelerou quando dei de cara com o rosto de Lucas. Mas então me lembrei do que havia acontecido na madrugada e me acalmei, apesar de sentir uma pontada fria no estômago ao lembrar da nossa proximidade há algumas horas.

Por alguns segundos observei seu rosto tranquilo e sorri comigo mesma, ignorando totalmente os pensamentos que insistiam em dizer que ele era lindo até dormindo e "imagine acordar todos os dias ao lado dele" e me levantei, indo até a mesinha da cabeceira da cama e desligando meu celular que ainda tocava.

A passos leves, eu fui até a cama de Geovana, passando a mão em seu braço enquanto chacolhava seu corpo levemente, tentando acordá-la.

— Geo... Acorda. — murmuro baixinho, e vez ou outra olhava para minha cama, temendo acordar Lucas também. — Geovana! — resmunguei um pouquinho mais alto, fazendo ela abrir os olhos.

— Bom dia para você também Cristina. — ela resmunga e logo boceja.

Quando se espreguiça, percebo seu olhar ir até a minha cama e ela franze o cenho.

— O que ele 'tá fazendo aqui? — ela pergunta baixo e percebo seu semblante chocado, ela acaba se sentando na cama de imediato.

Minha melhor amiga me encara como se eu tivesse todas as respostas do mundo, então eu uso do mesmo tom de voz para explicar o que havia acontecido.

— Então... De madrugada eu levantei com ele batendo na porta. Ele disse que perdeu as chaves do apartamento, Geo. Não podia deixar ele ficar na rua né?! — explico.

— Mas e o Mauro e o Chris? — ela pergunta e passa as mãos nos olhos, parecendo mais desperta.

— Não estavam em casa também. — respondo.

— Ok, isso explica muita coisa. Mas, por que ele dormiu na SUA cama e não no chão? — ela pergunta com uma sobrancelha arqueada e seu tom era sugestivo.

— Eu não ia deixar ele dormir no chão Geovana. — digo como se fosse óbvio.

— Da vez que o Felipe foi dormir com a gente você não pensou assim. — Geovana diz sorrindo maliciosa, me fazendo lembrar da vez que um amigo nosso apareceu na casa dela depois de uma festa porque a casa ficava mais próxima, já que Felipe morava no outro lado da cidade mas vivia com as amizades pelo nosso bairro.

Tudo isso acontecera numa das vezes que eu dormi lá.

Ok, o contexto era bem diferente... Ou talvez não.

— Não vamos entrar nesse assunto. — murmuro tentando fugir do assunto. — Olha a hora, você precisa ir lá se arrumar. — indago mostrando as horas para ela.

— Por que você não vai? — ela questiona enquanto se levanta.

— Vou acordar o Lucas. — digo e faço uma careta quando percebo que haviam muitos "lucas" em nossa conversa desde que acordamos.

— Eu posso acordar ele Cris. — Geo diz cruzando os braços. Olho pra ela séria. — 'Tá bom, não posso. — ela diz se dando por vencida e levantando os braços com um sorriso malicioso no rosto.

Logo ela vai na direção do guarda-roupa e começa a procurar uma roupa. Ainda perdida em pensamentos e atordoada, porque não sabia como controlar as batidas agitadas do meu coração, volto a me sentar na minha cama, do lado de Lucas e toco em seu braço.

— Lucas, acorda. — resmungo baixo. — Acorda belo adormecido. — cutuco seu braço novamente. Suspiro baixo e aperto seu braço mais uma vez. — Lucas, acorda! — indago um pouquinho mais alto, vendo ele abrir os olhos em seguida, meio atordoado.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now