14. Amigos

1.5K 109 322
                                    

No dia seguinte eu não conseguia mais olhar para o Lucas com o mesmo olhar de antes. As palavras de Geovana estavam impregnadas nos meus pensamentos e quando o vi pela primeira vez naquele dia, atravessando o campus e indo na direção do prédio que ele estudava, totalmente alheio e com os fones de ouvido, eu senti o meu coração acelerar.

Ele era bonito, muito bonito, e pelo pouco que havia convivido, Lucas parecia ser um cara legal, engraçado e gentil, e apesar de tentar ocultar eu não parava de pensar nele. Era a típica fase em que eu começava a reparar em algum garoto e começava a imaginar situações com ele.

Já havia passado por isso diversas vezes durante as minhas paixonites, e sabia que aquilo iria passar. Ainda existia o fato dele ter "não sei o que" com a ex, como Geovana havia me contado há alguns dias atrás e eu não queria me meter em confusão, de forma alguma.

Passei a maioria do tempo das aulas pensando sobre essa situação e mesmo que eu tivesse evitado pensar desde o momento que o reconheci na faculdade, parecia que tudo me atingira com mais força. Me auto ignoro quando eu e Andreia saímos da sala depois das aulas terminarem, no entanto eu segui o caminho até o refeitório sozinha, porque Andy precisou ir ao banheiro.

E como se o destino estivesse sendo irônico, enquanto eu caminhava, escuto meu nome ser chamado e quando me viro, dou de cara com Lucas. Ele respirava de forma acelerada e o óculos continuava caindo sobre o nariz, o que o fez arrumá-lo antes de começar a falar.

— Nossa, eu te chamei desde a ponta de lá. — ele diz e fica de pé do meu lado, tomando cuidado para não esbarrar nas pessoas que passavam.

— Eu não escutei, desculpa. — peço, me sentindo realmente culpada.

— Não, tudo bem. Com esse barulho é difícil de escutar. — Lucas indaga sorrindo, e acabo fazendo o mesmo. — Você tá indo encontrar as meninas? — ele pergunta assim que voltamos a andar.

— Sim, e você? — questiono e o olho.

— Vou almoçar com o Chris, como ele chegou hoje vou aproveitar. — ele explica e percebo que seu olhar desviava do meu a cada segundo, ao contrário de mim, que prosseguia o observando.

Era uma mania que eu havia adquirido: olhar nos olhos das pessoas enquanto elas falam. Será que eu havia deixado ele desconfortável? Com essa questão em mente, acabo desviando os olhos para o caminho nossa frente.

— Que legal. Quais os planos de vocês hoje? — continuo puxando assunto. Não queria que caíssimos em um silêncio desconfortável.

— Provavelmente vamos jogar um pouco e revisar a matéria de hoje. Inclusive, se você quiser ir, está convidada para uma partida de fórmula 1.

— Sério? Mas eu não sei jogar. — respondo quase no automático.

— Eu te ensino. Agora que somos amigos sinto a obrigação de te convidar. — ele diz com um sorriso animado nos lábios.

Amigos?

De um comportamento completamente estranho a amigos. Ótima evolução, penso comigo mesma.

— Amigos? — pergunto e quase me bato por expor meu pensamento em voz alta.

Ele pareceu não notar a vergonha que eu acabara de passar.

— É claro. — ele diz e leva as mãos no cabelo, mexendo os fios para um lado e para o outro, voltando a me olhar. — Ok, eu não sou um amigo ideal, porém não precisa desprezar minha amizade.

Reprimo o riso e o olho. Empurro seu ombro de forma leve, e ele ri, assim como eu.

— Bobo. É claro que somos amigos. — respondo.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWo Geschichten leben. Entdecke jetzt