22. O Passeio

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Ponto de Vista: Cristina Sampaio

A casa de Vitória era muito bonita, confortável e grande, bem grande. Como nos últimos meses eu morava em apenas um dormitório com minha amiga, tudo parecia muito maior. A anfitriã da casa era muito simpática e legal e parecia conhecer os meninos há bastante tempo.

A viagem até ali havia sido muito tranquila, tanto que eu acabei dormindo. Eu estava animada porque era a primeira viagem que eu fazia para fora do Rio, e Santos parecia tão bom, como se eu conhecesse o local há anos.

A última semana havia sido tão cansativa pelas provas que qualquer escapatória parecia ótima, mas era claro que eu só estava ali pela concepção de meus pais. Mesmo que, depois de morar fora de casa eu tivesse um pouco mais de liberdade, também tinha responsabilidade e sentia a necessidade de contatar eles e quando minha mãe disse um "claro que pode ir Tina, vai ser ótimo pra você" eu vi o passe livre para entrar no carro e descer a serra.

As coisas com Lucas estavam mornas, ele estava meio afastado porém às vezes trocávamos mensagens pelo grupo do pessoal, e isso fez eu me tranquilizar, mas confesso que queria um pouco mais de proximidade, no entanto, eu respeitava muito essa questão de espaço, então não insisti.

Há minutos atrás, quando acordei no carro com Lucas me chamando, não pude deixar de sentir meu coração acelerar, e agora, estando na mesma casa que ele, sabia que a situação seria a mesma para os dois dias que passaríamos lá.

Por outro lado, a situação com Mauro não estava tão diferente do que era antes, já que nossa amizade continuava intacta e nós continuávamos conversando como se o beijo sequer houvesse existido, o que era ótimo.

— Vocês sabem que eu conheço a trupe desde os meus quinze anos? — Vih diz sorrindo e percebo o carinho em suas palavras.

Nós estávamos passando por um corredor, atrás de nós já haviam se passado três portas, provavelmente os quartos já ocupados.

— Sério? Isso faz... Quatro anos? — Geo pergunta e arregala levemente os olhos, surpresa.

— Sim, mas conheço o Christian há mais tempo. A gente se conhece desde quando ele morava em São Paulo, há uns oito anos. Os pais dele são amigos dos meus e nos criamos juntos. — ela explica. — Com o tempo você se acostuma com a loucura deles. — Vitória comenta e ri, todas nós concordamos. — Olha, eu tenho um quarto vago, acho que vocês vão ter que dividir ele.

— Tudo bem, não tem problema. — Tatiana diz enquanto adentramos o cômodo bem arrumado, haviam duas beliches, uma mesinha de cabeceira branca que estava posicionada entre as duas camas e acima dela uma janela grande que dava na direção da rua. O chão era coberto por um tapete peludo e cinza. Uma porta na parede esquerda guardava um banheiro.

— Podem se acomodar, eu vou lá embaixo ver o que vamos pedir para o jantar. Vocês gostam de pizza? — ela pergunta segurando a maçaneta da porta.

— Com certeza. — Andreia diz e todas rimos baixinho.

— Tudo bem, vamos de pizza hoje. — Vitória conclui e sai do quarto, fechando a porta e deixando nós quatro sozinhas.

— Eu gosto dela. — comento e deixo minha bolsa com roupas encima da cama e me sento ao lado dela. Já estava mais desperta do sono de mais cedo.

— Eu também, essa casa é incrível. — Tatiana indaga se sentando sobre o colchão da outra beliche.

— Eu fico com a beliche de cimaaaaaa. — Geovana cantarola e eu rio baixo, concordando.

Vejo ela colocar sua bolsa acima de mim.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now