30. Novo Conhecido

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— Hm... O dia 'tá tão lindo. — Geovana comentou assim que nós chegamos na praia e eu observo o ambiente.

Realmente, o céu estava extremamente azul e o sol dava a sensação de fritura na minha pele, mesmo que eu tivesse usando protetor. No entanto, eu gostava de praias, por isso concordei com minha amiga.

Nós buscamos por um lugar bom na areia e quando achamos, posicionamos as cadeiras lá. Monto o guarda sol que havíamos pegado emprestado de Tati, que não havia vindo conosco naquele domingo por ter preferido passar o dia em casa (bem sabíamos que Andy era a razão dessa vontade também), então estávamos apenas eu e Geovana em frente aquela imensidão do mar.

Era incrível como cada praia do Brasil tinha suas particularidades. A praia de Natal era bem diferente das do Rio, assim como essas eram completamente distintas das do litoral de São Paulo e aquilo me encantava demais.

Com esse pensamento eu me sento sobre a cadeira, e descanso as costas no encosto. A sombra do guarda sol aliviava um pouco do sol, mas ao contrário de mim, Geovana ficara para fora da sombra e se queimando no sol.

O silêncio entre nós era cortado apenas pelas pessoas ao nosso redor conversando e o som das ondas do mar. Como eu não tinha 100% de confiança, ao invés de usar o celular, optei por levar um livro, já que o trauma de ser assaltada havia se instalado desde que isso acontecera comigo há 3 anos.

Com isso, começo a ler mais páginas de Zona Morta do Stephen King, um dos meus autores favoritos. Enquanto começava a me perder na trama durante a leitura, sinto apenas quando uma porção de areia me atinge e rapidamente tiro minha atenção das palavras de Stephen, franzindo o cenho.

Geovana que também pareceu sentir a mesma coisa, levantou a cabeça e logo descobrimos a origem da situação. Duas crianças estavam brincando com uma bola e sem querer uma delas havia chutado a areia em nossa direção. Cheguei a essa conclusão quando a garotinha que aparentava ter seus 10 anos pega a bola que estava perto da cadeira de Geo e sorri culpada.

— Desculpa moça, foi sem querer. — ela murmura e Geovana se senta.

— Tudo bem, só tomem cuidado para não acontecer de novo ok? — minha amiga diz paciente e eu sorrio para o garotinho que acompanhava a menina.

A impressão que tive era que os dois tinham uma aparência familiar, o que fez eu pensar que poderiam ser irmãos.

— Obrigada. — a menina diz e vai embora, sendo seguida pelo menino.

— Definitivamente não damos sorte com bolas e praias. — comento com minha amiga, que volta a deitar na cadeira com a barriga para cima.

— Com certeza não. — Geo concorda com a voz risonha e volta a fechar os olhos.

A partir daquele momento eu retornei a minha excelentíssima leitura e voltei a me envolver na trama.

Logo Geovana levantou dizendo que iria dar um mergulho e eu concordo, ficando de guarda das nossas coisas. Quando canso de ler, começo a perceber as pessoas ao meu redor.

Às vezes eu gostava de observar as pessoas de forma discreta e reparar na forma como elas se comportavam. Era interessante, por mais estranho que soasse ou parecesse.

Quando minha amiga volta, totalmente molhada e sorridente, eu abandono minha ação, e seguindo seu exemplo, resolvi ir até o mar também. Aviso a Geo antes de levantar e fechar a capa do livro, o deixando sobre a cadeira.

Tiro o short que eu ainda estava usando e após deixá-lo na bolsa, caminho até a água. O ar frio que vinha do mar fazia meus pelinhos se arrepiarem, mas era uma sensação boa. Por segurança (e talvez medo também) não ultrapasso a altura um pouco acima dos joelhos na água e mergulho, sentindo as partículas de areia grudavam na minha pele junto com a água salgada.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now