25. Assumidos?

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Abri os olhos e encarei o teto, a janela ainda estava fechada, fazendo o quarto permanecer no completo breu. Os flashes da noite anterior começaram a surgir na minha mente.

Depois dos parabéns de Vitória a festa começou a ficar ainda mais animada e a maioria das pessoas que permaneceram eram amigos de Vih, ou seja, pessoas da nossa faixa etária. Não sei em qual momento eu comecei a beber mais um pouco, mas o auge da noite foi eu ter "fugido" com Lucas para um canto afastado e nos beijamos por longos minutos.

Me sentia vivendo um romance adolescente daqueles clichês que eu adorava assistir. Quando voltamos para junto do pessoal que dançava na pista, ninguém pareceu notar nossa ausência. Vez ou outra Lucas se aproximava e me rodopiava no ritmo da música, eu estava finalmente me divertindo de verdade naquela festa.

A comemoração durou até pouco mais da uma da madrugada e tivemos que ir embora pelo horário, já que por ser um bairro residencial, havia um certo limite de barulho até determinadas horas. Mas, isso não impediu que a comemoração continuasse.

Vitória havia inventado de continuar a festa em casa, apenas conosco, e isso durou até quatro e pouco da manhã, quando ninguém mais aguentava ficar de pé, então nós fomos dormir, mas eu não deitei sem antes deixar um beijo de boa noite em T3ddy. Na hora me pareceu uma ótima ideia, mas agora, totalmente desperta e sóbria, eu estava um pouco paranóica.

E se Lucas não se lembrasse de nada? Porque existia a tal amnésia pós porre, não era? Aquela era a nova paranoia presente na minha mente depois de tudo o que havia acontecido.

Suspiro baixinho e fazendo o mínimo de barulho possível, eu vou até o banheiro e escovo os dentes, lavando o rosto em seguida. Ao terminar, saio do quarto e desço as escadas. Minha cabeça estava levemente dolorida e pela coloração do céu e do dia, era provável que passasse do meio dia. Vou até a geladeira e pego uma garrafa de água e em seguida um copo, o preenchendo com o líquido transparente. Bebo a água bem devagar, sentindo o alívio da sede ser saciada.

Estava distraída quando escuto um barulho vindo da escada e olho para lá e então meu coração dispara. Lucas estava ali. A careta em seu rosto o deixava mais fofinho. Vejo quando ele passa as mãos pelos cabelos tentando arrumar os fios e então nota minha presença.

— Bom dia Tininha. — T3ddy diz baixo e um sorriso paira em seus lábios.

— Bom dia Lucas. — respondo com a voz meio falha e automaticamente quis me bater, mas ele não parece ter percebido.

— Nossa, mó dor de cabeça. — ele murmura e vai até o armário, buscando por algo que eu não sabia ainda. — Será que tem remédio para dor?

— Deve estar naquele armário. — aponto para o armário ao lado de onde ele estava procurando.

— Obrigado. — ele murmura e então eu sinto o peso da decepção me envolver sutilmente.

Era claro que ele não lembraria de nada do que aconteceu.

— Sabe uma coisa estranha Tina? — T3ddy pergunta de forma retórica e eu o olho, disfarçando meu desânimo. — Eu tive um sonho meio doido. — ele diz e se aproxima, se apoiando no balcão, ficando bem ao meu lado.

— Que sonho? — questiono baixo.

— Eu sonhei que me declarava para você. — Lucas diz de forma natural e eu arregalo os olhos, o olhando de imediato. — E era doido porque você dizia que também gostava de mim.

— O que? — murmuro baixo ainda assustada.

— E sabe de uma curiosidade? — ele questiona retoricamente.

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now