85. "Eu Nunca"

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Suspirei um pouco cansada por sentir meu braço dormente e então me dou conta de que tinha dormido por cima dele. O formigamento só aumenta quando decido movimentar aquela parte e então olho ao meu redor, sorrindo minimamente pela visão que tive.

Todos estavam dormindo na sala, seja nos sofás seja no tapete grande e felpudo que cobria o chão do cômodo e a TV estava passando algum programa totalmente aleatório, fazendo eu ter certeza de que a última pessoa a dormir sequer percebeu quando dormiu.

Com cuidado eu me levantei e consegui sair do sofá, deixando Lucas dormindo e o restante dos meus amigos para ir até o quarto tomar um banho e trocar de roupa. Meu estômago queimava um pouquinho e desconfiei que seria pelo jantar de ontem, por isso assim que terminei de me arrumar fui para a cozinha e procurei por um copo de água e assim que o achei, tomei meu remédio.

Ok, eu não era o melhor exemplo de cuidados com a saúde mas desde que comprei os comprimidos resolvi que deveria tomá-los todos os dias e mesmo que às vezes eu ainda sentisse um pouco de queimação e enjoo, meu estômago tinha melhorado desde a crise mais grave de dias atrás.

Estava distraída o suficiente para me assustar quando escutei duas batidas suaves na porta da varanda e quando me virei, me deparei com Caio acenando. Acabei rindo e fui até lá, abrindo a porta e dando espaço para ele entrar.

— Nada melhor que fazer a manutenção da caixa do banheiro. — ele diz levantando o polegar na minha direção e eu acabo rindo.

— De volta ao serviço. — comento e ele concorda, passando o olhar pela sala.

— Ih, não sabia que estariam dormindo. — Caio resmunga num sussurro. — Acho melhor eu voltar mais tarde, não quero acordar eles.

— Tudo bem, quando achar melhor. — respondo me apoiando no balcão.

— Ansiosa para o ano novo? — ele questiona me olhando.

— Um pouquinho. Você tem planos pra o fim de ano?

— Tenho, vou passar a virada do ano na casa de uns amigo, vai ser legal. — Caio comenta sorrindo. — E vocês? Vão ficar em casa ou vão pra praia?

— Acho que nós vamos pra praia, uma não tão longe daqui eu espero. — acrescento.

— Entendi. Bem, como eu não vou conseguir fazer o serviço agora, vou me retirar. — Caio diz abrindo novamente a porta. Tal ação fez uma brisa suave atravessar o cômodo. — Vou antes que seu namorado acorde, acho que ele não gosta muito de mim. — ele indaga e eu arqueio as sobrancelhas. — Vai ver ele acha que eu sou uma ameaça. — finaliza com um riso baixo.

Apesar de suas palavras, seu tom de voz remetia mais uma brincadeira do que uma provocação em si, por isso neguei com a cabeça a tempo de ver ele ainda rindo.
— Muito engraçado. — respondo e então ele faz um movimento de continência e sai do meu campo de visão, me deixando sozinha novamente.

Suspiro baixinho e procuro a chaleira para começar a fazer o café. Aproveitei o intervalo que a água fervia para mexer um pouco no celular e checar as redes sociais, respondendo algumas mensagens e curtindo as fotos que Mauro e Christian haviam postado no dia anterior.

Assim que a água ferveu, acrescentei um pouco de café em uma xícara e a preenchi com a água, mexendo o conteúdo em seguida. Bebi meu café enquanto ainda mexia no celular quando escutei passos vindo até a cozinha e dei de cara com Geovana, que prendia o cabelo enquanto andava.

— Bom dia Geo. — cumprimento assim que ela me olha.

— Bom dia amiga. — ela responde. — Mas já acordada a essas horas?

E De Repente, Era Amor - T3ddyWhere stories live. Discover now