Capítulo 6 - Conselhos da família

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"[...] Raiz de uma flor de lis."

Flor de lis — Djavan.


Snape finalmente acordou no fim da tarde de uma sexta-feira. Melissa havia suspendido a medicação que o mantinha inconsciente e não levou mais do que um dia para que ele recuperasse a consciência. Elizabeth terminava de preparar a medicação quando ouviu a voz rouca atrás de si.

— O que faz aqui?

— Boa tarde para você também, Snape. — Devolveu muito séria e virou-se minimamente apenas para encarar o rosto cansado do enfermo.

O professor encarou a mais nova com seriedade e até mesmo com uma pontada de raiva, mas se manteve calado. Observou-a se aproximar carregando uma pequena bandeja de alumínio e virou o rosto, indiferente, para o lado oposto. Elizabeth depositou a bandeja sobre a mesinha de cabeceira e se sentou ao lado dele na cama, num momento que pareceu estranhamente íntimo para os dois. Olhou em silêncio para o homem que permanecia completamente deitado. Sabia que ele ainda sentia dor o suficiente para não conseguir se levantar, mesmo que fosse apenas para se encostar na cabeceira.

Elizabeth puxou o lençol para baixo e fingiu não perceber que Snape se encolhera ligeiramente sob seu olhar. Ignorou o abdômen desnudo, que era coberto apenas por um grande curativo, e tocou no braço direito.

— O que pensa que está fazendo? — vociferou Snape ao afastar o braço bruscamente, o que o fez gemer de dor.

— Estou evitando que seus ferimentos infeccionem — disse a bruxa como se não se importasse e tomou o braço dele com certa força.

Calmamente, Elizabeth encaixou a seringa no cateter periférico que estava inserido em seu braço e introduziu a medicação com calma. Aquele era um método trouxa, mas que — de acordo com Melissa — era raramente usado pelos medibruxos quando desejavam uma intervenção mais profunda e resultados espantosamente mais rápidos. Enquanto pressionava o êmbolo da seringa, Elizabeth sentiu suas bochechas esquentarem, pois soube que estava sob o escrutínio dele. Quando ela desencaixou a seringa do cateter, os olhos de Snape se desviaram.

— Você quer contar o que aconteceu? — perguntou enquanto retirava as luvas e se desfazia dos materiais.

Snape manteve-se em silêncio, encarando a Marca Negra tatuada no próprio antebraço esquerdo. Ele nem ao menos notou quando Elizabeth retornou e depositou um copo com água ao lado da cama.

— Você esteve desacordado por quase quatro dias — disse ao cruzar os braços. — Oh! Foi coisa de Voldemort, não é? — Debochou, fazendo com que, finalmente, ele a mirasse com ódio. Porém, mais uma vez permaneceu calado.

Ela retribuiu com um olhar de reprovação e um balançar de cabeça — ele não soube se era de negação ou desistência. Elizabeth saiu do quarto a passos duros e batendo a porta. O professor conseguiu escutar algumas vozes vindas do lado de fora antes de Dumbledore adentrar o quarto.

Por Trás dos Olhos Negros | ✓Where stories live. Discover now