Capítulo 11 - Natal

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"You are the start of something new

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"You are the start of something new."

This — Ed Sheeran.


Snape bateu à porta dos aposentos de Elizabeth no início da madrugada, após muito deliberar se deveria o fazer ou não. Tinha consciência do que implicaria chamá-la nas primeiras horas da madrugada para dizer que estava bem. Sabia que era uma atitude inepta, sabia que seria um caminho perigoso a se trilhar, sabia que aquilo apresentaria uma nova face do estranho relacionamento entre eles. Mesmo assim, ele bateu.

Elizabeth o atendeu assustada. Seus olhos castanhos, ainda com resquícios da maquiagem que usara para o casamento — e Snape se perguntou o quão cansada ela deveria estar para nem mesmo ter ligado para isso — vagaram por toda imagem do homem, demorando-se ao fitarem as vestes ainda mais pesadas do que as habituais e a máscara de Comensal pendendo na mão esquerda. Os orbes que transbordavam de preocupação, e isso tiraria o sono de Snape, retornaram para a sua face e prenderam-se às suas íris escuras.

— Passei apenas para dizer que estou bem — falou em voz baixa.

— Obrigada por avisar. — Ela encostou o ombro direito no batente da porta e suspirou aliviada. — Fiquei preocupada.

Ela não precisava dizer isso a ele, pois já era um sentimento claro em seus olhos. Ainda assim, a sobrancelha de Snape se arqueou e ele disse:

— Perdoe-me. — Deu uma breve olhada para as vestes de dormir que ela usava. — Acho que acordei você.

— Não, não acordou. — Sentiu-se envergonhada por estar de pijama na frente dele. Por isso, abraçou-se. — Cheguei há pouco tempo, na verdade.

— Tudo bem então. Boa noite.

— Boa noite — sussurrou enquanto o assistia caminhar até seus aposentos.

...

Elizabeth tivera um último encontro com a Armada de Dumbledore antes do recesso para as festividades de fim de ano. Eles treinaram o feitiço Impedimenta e Potter prometeu ensiná-los o feitiço do Patrono quando retornassem. O garoto continuava a ignorar a presença de Elizabeth e não escondia seu desagrado por ela estar ali. Hermione parecia constantemente envergonhada pela atitude do amigo, mas também não soube dizer a Elizabeth o que se passava quando ela perguntou por que Harry Potter parecia detestá-la.

Ainda naquela noite, Elizabeth decidiu, finalmente, ir ao gabinete do diretor. A conversa que entreouvira dos seus pais martelava em sua cabeça desde o casamento. Havia dias em que as perguntas que se fazia eram tão intensas que ficava absorta; às vezes nem conseguia dormir. Portanto, caminhou, decidida, até a sala do diretor.

— O que a traz aqui a essa hora, querida? — Ele parecia preocupado. — Aconteceu alguma coisa?

— Meus pais estão escondendo algo de mim — disse sem rodeios.

Por Trás dos Olhos Negros | ✓Where stories live. Discover now