Capítulo 20 - Reconciliação

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"I should be hoping, but I can't stop thinking

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"I should be hoping, but I can't stop thinking."

This Woman's Work — Kate Bush.


As primeiras semanas de julho chegaram como esperadas: quentes e radiantes. Dias nos quais os britânicos amavam desfrutar do calor, já que isso geralmente era um evento no país europeu, pareciam dias fúnebres para aqueles com ciência do retorno inegável de Lord Voldemort. Algumas famílias bruxas estavam em festa, de fato, comemorando a volta do seu líder fascista, crendo com esperança que, agora, os reais valores bruxos seriam restabelecidos. Já para outras famílias, como os Jones, por exemplo, os raios de Sol eram como um dragão. É lindo de se ver, mas você não quer chegar perto.

A profecia, o retorno oficial do bruxo das trevas, o ferimento na perna de Elizabeth, a morte de Sirius e a descoberta de sua ligação com Slytherin contribuíam para uma sensação apática sobre a casa dos Jones. As sombras dos últimos acontecimentos pareciam vagar e assombrar o lar. Assombravam principalmente Elizabeth.

Não foi fácil contar à família sobre a conversa reveladora que tivera com o fantasma de Helena Ravenclaw. Havia sido um diálogo marcado integralmente por muita quietude e algumas resistências. Os Jones agora tinham um costume involuntário de olhar um para o outro em silêncio, talvez esperando notar no outro uma característica de Slytherin despercebida por séculos.

Naquela tarde, Elizabeth se encontrava sentada sobre o peitoril largo da janela do seu quarto em Norfolk enquanto lia um romance policial qualquer. Na verdade, há alguns minutos se perdera na leitura e seus olhos já não focavam nos parágrafos. Pensava em Sirius quase o tempo todo. Pensava em Slytherin e Voldemort toda hora. Severus entrava e saía dos seus pensamentos com frequência também. A mente de Elizabeth era um turbilhão naqueles últimos meses, e parecia piorar mais a cada dia.

Fechou o livro com um som mudo e caminhou até sua escrivaninha. Devolveu o livro para a superfície da mesa, abriu uma das gavetas e levantou seu fundo falso. Elizabeth pegou o pedaço de pergaminho e o observou atentamente pela quarta vez só naquele dia. Querendo se lembrar de cada detalhe, ela deixou a profecia por escrito. Já nem sabia dizer quantas vezes havia analisado aquelas linhas, mas alguns significados permaneciam como incógnitas. Devolveu o pergaminho para a gaveta e pegou papel e caneta. Ficou muito tempo encarando o branco da folha, batendo com a caneta contra a mesa, enquanto decidia o que escrever. Ao fim de longos vinte minutos, a mensagem era muito breve.

"Severus,

As coisas andam estranhas, mas nada muito fora do normal. Quero dizer, do 'meu' normal. Sinto muita falta das nossas conversas. Espero que esteja tudo bem com você. Me dê notícias assim que possível, por favor.

Com grande apreço,

E."

Sem pensar muito — pois acreditou que acabaria se arrependendo —, abriu a janela e assoviou. Vênus voou da árvore mais próxima até o peitoril da janela. Elizabeth amarrou a carta com cuidado e, acariciando o pelo amarronzado da cabeça da ave, disse:

Por Trás dos Olhos Negros | ✓Where stories live. Discover now