Capítulo 7 - Trégua

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"Quem é o monstro e o homem quem é?"

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"Quem é o monstro e o homem quem é?"

Os sons de Notre Dame — O Corcunda de Notre Dame.


Elizabeth quase não acreditou quando encontrou Snape sentado à mesa do Salão Principal na manhã de segunda-feira. Ele deveria estar de repouso em seus aposentos, mas sua teimosia era tanta que ignorou todos os cuidados indicados por Melissa. A jovem ignorou a cadeira vazia na ponta da mesa, afastada do professor, onde estaria tentada a se sentar em uma situação diferente, e caminhou em direção ao assento ao lado dele.

— Posso saber o que está fazendo aqui? Deveria estar em repouso. — ralhou em voz baixa.

— Eu vou fingir que não utilizou esse tom comigo — disse ele com frieza — e continuar o meu café da manhã.

— Snape, você ainda não está recuperado.

— Não finja que se importa comigo. — Revirou os olhos, descansando os talheres sobre o prato.

— Não estou fingindo. Eu me importo! — disse sem pensar e ele a olhou atentamente. Envergonhada, ela completou: — Sem você eu não consigo meu diploma.

Elizabeth desviou os olhos e se concentrou no seu próprio café da manhã, torceu para que o professor acreditasse em sua última frase.

Agora, não conseguia entender porque falara aquilo. Importar-se com Snape? Não! Era errado, ela não podia. Não deveria se importar com ele. Severus Snape era um Comensal da Morte e ponto final. Conseguiu ouvir a voz da avó em sua mente e afastou o pensamento. Não queria saber. Sentia uma necessidade quase absurda em detestá-lo. Mas... Dumbledore não confiaria nele se realmente fosse uma má pessoa, certo?

Aliás, como explicar para si mesma o medo que sentiu na noite em que o encontrou ferido na entrada do castelo? Como podia entender o desespero esmagador que a assolou quando ele quase morreu naquela noite? Por que sentia aquilo? Por quê? Então, uma terrível voz em sua mente voltou a atormentar, fazendo com que lembrasse que ela mesma tinha seus fantasmas e também cometeu seus próprios erros.

Balançou a cabeça e espantou aquelas lembranças e esperou que ninguém tivesse percebido como estava absorta em pensamentos. Vestiu sua máscara de impaciência — parecida com a que Snape usava frequentemente — e disse:

— Pelo menos deixe que eu dê aulas no período da tarde. Não precisa aturar os alunos o dia inteiro.

Em um ato incomum, Snape concordou com a cabeça e se retirou do salão.

...

Os dois dividiram a carga horária apenas por alguns dias, pois Snape já estava se sentindo bem o suficiente para voltar a atormentar seus alunos por período integral.

Por Trás dos Olhos Negros | ✓Where stories live. Discover now