Capítulo 34

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Karina narrando

Quando chegamos pude reparar que era a casa que eu tava quando esse infeliz me sequestrou, percebi isso assim que pisei ali dentro.

- Estamos fazendo o que aqui?

Jaca: Vamo ficar aqui, pô. Se meu carro ficar parando na tua porta direto vai levantar muita bandeira. -falou deitando no sofá-

- Não tinha um lugar melhor, não?

Ele passou a mão no rosto irritado.

Jaca: Já vai começar a implicar? -falou rude-

- Já vai começar a levantar a porra da voz? -falei no mesmo tom- Não gosto daqui.

Jaca: Essa é a única casa melhorzinha que eu tenho pelo morro, Karina. Dá um tempo!

Melhorzinha? Porra, a casa toda montada com os melhores móveis, imagine a pior como deve ser.

Jaca: Coloca essa porra aí, vamo comer.

Antes de virmos pra cá, passamos numa lanchonete e pedimos um combo de lanche, na real eu pedi né pq o bonito nem do carro saiu. Rabo preso, com certeza.

Sentei o chão mesmo, abri a sacola, entreguei o lanche dele e abri o meu, nem tava com muita fome mas o Jacaré fez uma questão que se eu recusasse era capaz dele me jogar do carro em movimento.

Jaca: Dá o papo logo, o que aconteceu lá? -perguntou sem me olhar-

- Só merda, né?! Encorajei a Luíza a contar o que tinha rolando pra mãe dela pq uma hora ou outra a tia Drica ia ficar sabendo e seria melhor que fosse pela boca dela, né? -ele deu os ombros- Responde direito merda senão não vou contar nada.

Jaca: Ué cara, teu ponto de vista... Termina logo de contar.

Mais fofoqueiro que esse homem só o próprio Léo Dias.

- Enfim, chegamos lá, ela contou tudo e foi o surto né, elas começaram a discutir pra caralho, maior arranca rabo, e a tia Drica bateu nela, bateu muito, falou que se fosse pra Luíza apanhar de alguém que fosse da própria mãe.

Jaca: Correto, pô. -encarei ele com tédio- Ué, se põe no lugar dela cara. A mulher batalha pra caralho pra criar a filha, pra quando crescer ela apanhar de vagabundo na rua? Tá maluco, eu faria o mesmo.

- Ai Jacaré, se porrada resolvesse alguma coisa o mundo não tava do jeito que tá! -reclamei-

Jaca: Estaria melhor. Mas do jeito que tua amiga não tem vergonha na cara, daqui a pouco tá ela correndo atrás do Rico de novo.

Logo fechei a cara. Quem é ele pra falar mal da Luíza? Eu hein, num fode.

- Vai pra porra e lava tua boca antes de falar da minha amiga pq vc também tem nome bem sujo!

Jaca: Pode puxar o fundamento que não vai achar mancada. Nunca gostei dessa parada de brigar na rua, principalmente em baile, roupa suja se lava em casa. Sei que a Jaque não é nenhuma santa mas tua amiga também não é flor que se cheire, tem que aprender que quando a fiel tá no recinto a amante tem que se pôr no lugar dela!

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