Capítulo 65

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Karina narrando

Ficamos naquele bar bebendo durante um bom tempo. O assunto em pauta? Minha vida. Eu precisava conversar com alguém sobre, alguém que me conhecesse e iria querer meu bem, então como só tenho o Jacaré aqui, vai ele mesmo. Quanto mais eu bebia mais eu falava e ele escutava tudo quietinho tentando me aconselhar do jeito bruto dele, né.

Mas como nem tudo é flores o assunto foi tomando um caminho que eu não imaginava que fosse tomar mas isso é tudo culpa desse ridículo que não consegue ver minha alma em paz.

Jaca: Suave, te dei teu espaço, teu tempo, mas porra... Ficar sem vc tá sendo foda!

- Não começa essa perturbação, cara. Eu hein! -revirei os olhos-

Jaca: Tô te lançando namoral. Fiquei preocupadão quando tu sumiu, não conseguia nem dormir, fiquei esse tempo todo com medo de não te ver mais, mandada.

Sorri ao ouvir ele me chamar por esse apelido.

- Tô ficando bêbada, preciso ir embora! -desconversei-

Jaca: E a gente? -prendeu o riso-

- Para de ser escroto, embuste. Se preserva que vc é um homem casado!

Jaca: E quando foi que isso te impediu de alguma coisa? -franziu a testa debochando-

- Quando sua mulher não tinha rasgado a minha cara, né?! Tá bom pra vc? -ele negou rindo fraco- É sério, nós somos complicados demais, não dá pra levar pra frente.

Jaca: Que não dá o que, Karina? Com ela morando aqui fica tudo mais fácil, quando eu tiver lá vai ser só eu e tu, feinha. -passou a mão no meu rosto-

- Ah, e vai ser tu quinze dias lá e quinze dias aqui? Tá de sacanagem, né?!

Jaca: Guarda compartilhada, ué. -deu os ombros, rindo-

Fui socar o braço dele mas ele segurou minha mão me puxando pra frente, Jacaré me encarou sério e logo desviou a atenção pra minha boca.

- Não tenho filho pra ficar nessa de guarda compartilhada, não.

Jaca: Mas na hora de me colocar pra mamar tu soube, né?! -falou malicioso-

Arregalei os olhos repreendendo ele batendo nele como a outra mão em seguida.

- Vai pagar isso, vou embora. -levantei e ele riu-

Jaca: Senta aí, Karina, namoral. -falou rindo-

- Que namoral o que, vambora porra.

Eu não tava com a menor vontade de ir embora, mas já bebemos demais e a tensão sexual que rola entre a gente pode acabar dando uma merda muito grande.

Jacaré levantou indo pagar a conta e logo nos saímos daquele bar, o dia tava fresco, a brisa da noite era gelada e o cheiro de maresia era incrível. Assim que entramos no carro meu celular tocou, era a Karol.

- Alô! -atendi-

Karol: Oii, é que os meninos já chegaram e eu queria saber se vc vai demorar pq temos que trancar a casa.

Amor IngratoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora