Karina narrando
Eu sentia meu coração querer saltar pela boca, minha carne tremia de uma tal forma que parecia que eu ia ter um infarto ali mesmo.
Luís: Karina, vc....
- Não! -cortei ele- Não fala comigo, por favor! -levantei da mesa-
Dani: De onde vcs se conhecem? -perguntou confusa- Karina?
- Dani, mil perdões, eu preciso ir embora. -falei com a voz embargada pelo choro- Desculpa!
Saí de perto deles o mais de pressa possível, não tava nem aí pros olhares direcionados a mim, eu só precisava sair daquele lugar.
Luís: Karina! -me chamou- Vem aqui!
Desci as escadas o mais depressa que eu pude, as lágrimas já embaçaram minha visão numa rapidez incrível e eu estava sem acreditar que aquilo estava me acontecendo, que eu teria que sumir de novo. Eu me sentia perdida não sabia nem como voltar pra casa, o desespero me tomou conta.
Luís: Karina, olha pra mim... -tentou me encostar-
- NÃO! -desviei falando alto- Não encosta em mim, seu imundo. O que vc quer? Acabar com a minha vida de novo? Vai se fuder.
Luís: Eu mudei, minha filha, eu juro. Não sou mais aquela pessoa.
- Não me chama de filha pq vc não soube ser pai, seu merda. Fica longe de mim! -falei chorando-
Cicatriz apareceu ali no portão junto com outros dois caras da boca, eles logo me encararam e eu desviei o olhar.
Cicatriz: Qual foi, Karina? O que tá pegando? -perguntou sério- Patrão pediu pra vim ver qual é o k.o.
- O k.o é que eu quero esse cara longe de mim!!! Tem como alguém aí me levar pra casa, não?
Luís: Karina, vamos conversar...
- Eu não tenho porra nenhuma pra conversar contigo, seu lixo! Vê se me esquece.
Daniela também desceu, a cara dela era de mais perdida impossível.
Dani: Gente, eu preciso saber o que tá acontecendo aqui... Karina, pq vc tá chorando, caralho?
- Dani, por favor, só me deixa ir embora... Eu não posso ficar perto desse homem! -chorei-
Cicatriz: Vou passar um rádio pro Menor vim te buscar.
Luís: Vc tá morando aqui?
- Pra vc eu morri e tô morando a sete palmos abaixo da terra, tá ouvindo? -falei alto- Daniela, não fala nada da minha vida pra ele, por favor... -olhei pra ela-
Luís: Eu tenho o direito de saber, sou o seu pai. -falou alto dando uns passos até mim e eu recuei-
Por mais que já fizesse anos de tudo o que eu sofri na mão dele, tenho tudo guardado com tanta tristeza e rancor... Prometi esquecer essa parte da minha vida mas parece que não vou conseguir tão cedo, só com a presença dele tudo que eu evitava voltou a me atormentar.
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Amor Ingrato
General FictionKarina, mesmo com apenas 22 anos, já sofreu mais do que alguém possa merecer, seu passado é um tanto macabro e infeliz, sempre que ela acha que sua vida vai começar a dar certo, tudo desanda e volta a estaca zero. O destino não cansa de ser ingrato...