Capítulo 4

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Daniel narrando

Acordei animado, né?! Sabadão é dia de baile, só aquelas coisinhas mais pra frente. Tomei um banho gelado pra despertar, coloquei uma bermuda jeans e uma regata azul marinho, enfiei meus cordões no pescoço, me perfumei e peguei meu fuzil.

Rapha: Já tá saindo? -perguntou sonolenta-

- Já, tô com várias fita pra resolver e ainda tenho que cortar cabelo hoje. -falei colocando o boné-

Rapha: Vai com Deus, te amo. -fechou os olhos-

- Também te amo.

Fui pra cozinha, fiz um café forte pra mim e comi uns biscoitos que tinha no armário, passei no quarto do Davi pra dar um beijo nele antes de sair de casa cumprimentando os soldados que estavam fazendo a guarda. Bati um radinho pro Zezé brotar lá na boca pra resolver umas paradas junto comigo, assim que cheguei lá ele já estava, fomos pra salinha.


- Quero saber qual foi do andamento do empacotamento de pó?! -olhei sério pra ele- Vários usuários tão vindo aí fazer reclamação que o pacote vem furado e um monte de porra...

Zezé é gerente da branca, ou seja, do pó, ele fica responsável desde a chegada até a distribuição.

Zezé: E tu vai ficar acreditando nesses porra? -cerrou os olhos- O bando de cheirador do caralho! -exclamou com raiva-

- Por isso mesmo eu tô acreditando. Os cara consomem o que é nosso e nunca tiveram motivos pra reclamar, agora tão reclamando por quê? -cruzei os braços relaxando minha postura na cadeira-

Zezé: Coé, Jacaré. Tá achando que eu tô na vacilação?

- Tô achando que alguém da tua equipe tá na vacilação, essa pessoa deve resultados a vc e vc a mim. Ele falhando contigo, vc falha comigo e tu sabe que eu não tolero falha! -falei firme e ele suspiro desviando o olhar- Dá teu jeito, mermão.

Zezé: Já posso? -apontou pra porta e eu assenti-

- Te dou uma semana pra eu parar de ouvir reclamações! -falei antes dele sair-

Mais tarde, resolvi ir almoçar na casa de minha mãe, já tinha maior cota que eu não ia lá e a velha ia surtar por isso. Subi de moto até a casa dela, já cheguei abrindo o portão vendo ela almoçando com uma amiga.

- Nem me esperou pro papalete? -perguntei chamando a atenção dela-

Dani: Só quando vc tá com fome que vc lembra que tem uma mãe, né vagabundo?

- É assim que vc trata seu filhinho que estava morrendo de saudades sua, dona Daniela? -beijei o topo da cabeça- Eai, dona Fátima?! -cumprimentei a moça que estava ao seu lado-

Dani: Porque não trouxe o Davi? -perguntou me olhando passar pra cozinha-

- Vim direto da boca, tô na correria hoje! -falei colocando minha comida-

Almocei ouvindo elas fofocarem como nunca, já tava ficando de saco cheio então me apressei em sair de lá prometendo pra minha mãe que voltaria amanhã com o Davi, desci pra cortar o cabelo e, logo depois, acabei encontrando uns amigos na boca e ficamos ali de conversa fiada.

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