Daniel narrando
Acordei animado, né?! Sabadão é dia de baile, só aquelas coisinhas mais pra frente. Tomei um banho gelado pra despertar, coloquei uma bermuda jeans e uma regata azul marinho, enfiei meus cordões no pescoço, me perfumei e peguei meu fuzil.
Rapha: Já tá saindo? -perguntou sonolenta-
- Já, tô com várias fita pra resolver e ainda tenho que cortar cabelo hoje. -falei colocando o boné-
Rapha: Vai com Deus, te amo. -fechou os olhos-
- Também te amo.
Fui pra cozinha, fiz um café forte pra mim e comi uns biscoitos que tinha no armário, passei no quarto do Davi pra dar um beijo nele antes de sair de casa cumprimentando os soldados que estavam fazendo a guarda. Bati um radinho pro Zezé brotar lá na boca pra resolver umas paradas junto comigo, assim que cheguei lá ele já estava, fomos pra salinha.
- Quero saber qual foi do andamento do empacotamento de pó?! -olhei sério pra ele- Vários usuários tão vindo aí fazer reclamação que o pacote vem furado e um monte de porra...
Zezé é gerente da branca, ou seja, do pó, ele fica responsável desde a chegada até a distribuição.
Zezé: E tu vai ficar acreditando nesses porra? -cerrou os olhos- O bando de cheirador do caralho! -exclamou com raiva-
- Por isso mesmo eu tô acreditando. Os cara consomem o que é nosso e nunca tiveram motivos pra reclamar, agora tão reclamando por quê? -cruzei os braços relaxando minha postura na cadeira-
Zezé: Coé, Jacaré. Tá achando que eu tô na vacilação?
- Tô achando que alguém da tua equipe tá na vacilação, essa pessoa deve resultados a vc e vc a mim. Ele falhando contigo, vc falha comigo e tu sabe que eu não tolero falha! -falei firme e ele suspiro desviando o olhar- Dá teu jeito, mermão.
Zezé: Já posso? -apontou pra porta e eu assenti-
- Te dou uma semana pra eu parar de ouvir reclamações! -falei antes dele sair-
Mais tarde, resolvi ir almoçar na casa de minha mãe, já tinha maior cota que eu não ia lá e a velha ia surtar por isso. Subi de moto até a casa dela, já cheguei abrindo o portão vendo ela almoçando com uma amiga.
- Nem me esperou pro papalete? -perguntei chamando a atenção dela-
Dani: Só quando vc tá com fome que vc lembra que tem uma mãe, né vagabundo?
- É assim que vc trata seu filhinho que estava morrendo de saudades sua, dona Daniela? -beijei o topo da cabeça- Eai, dona Fátima?! -cumprimentei a moça que estava ao seu lado-
Dani: Porque não trouxe o Davi? -perguntou me olhando passar pra cozinha-
- Vim direto da boca, tô na correria hoje! -falei colocando minha comida-
Almocei ouvindo elas fofocarem como nunca, já tava ficando de saco cheio então me apressei em sair de lá prometendo pra minha mãe que voltaria amanhã com o Davi, desci pra cortar o cabelo e, logo depois, acabei encontrando uns amigos na boca e ficamos ali de conversa fiada.
ESTÁ A LER
Amor Ingrato
General FictionKarina, mesmo com apenas 22 anos, já sofreu mais do que alguém possa merecer, seu passado é um tanto macabro e infeliz, sempre que ela acha que sua vida vai começar a dar certo, tudo desanda e volta a estaca zero. O destino não cansa de ser ingrato...