Capítulo 9

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Karina narrando

Eu tava com meus músculos latejando de dor, morrendo de fome mas eu ia ficar bem na minha pq não tô afim de dar confiança pra esse otário, tô puta ainda por ele não ter me contado que era casado. Não fazia a mínima ideia de onde ele tinha ido mas sei que ele voltaria pq a glock ele deixou em cima da cômoda, mas acabei adormecendo antes que ele voltasse, quando acordei, ainda era de madrugada, ele estava com o braço jogado por cima de mim dormindo igual uma pedra todo grudadinho em mim.

Eu estava morta de fome, minha barriga não parava de roncar, por mais que eu estivesse gostando do grude, eu precisava levantar pra comer. Alcancei as muletas que estavam na parede, tirei a mão do Jacaré de cima de mim e movi minha perna engessada pro chão com toda dificuldade do mundo, pq eu ainda estava cheia de dor, levantei devagar com a ajuda das muletas e tentei andar.

Não sei pq diabos eu achei que conseguiria fazer aquilo, sinceramente... Não consegui dar nem três passos e já estava estatelada no chão, tinha batido a cabeça tão forte que acho que perdi até a noção da vida.

Jaca: Porra, Karina, vc tá de sacanagem. -acendeu a luz-

Gemi baixinho tentando me mover mas foi inútil, comecei a chorar de tanta dor, Jacaré me levantou me colocando sentada na cama, seu rosto tava inchado e sua expressão era fechada, como sempre.

Jaca: Que caralho vc tava pensando em fazer, garota? -agachou na minha frente- Onde tá doendo, Karina?

- Tudo... -falei baixo- Só queria ir na cozinha comer alguma coisa.

Jaca: Por que vc não me chamou, porra? Tô aqui pra isso. -falou puto levantando- Isso é bem feito, ninguém mandou ser metida a besta, tá tuda fudida e quer fazer as coisas sozinha...

Ele saiu do quarto resmungando puto da vida, só joguei meu corpo pra trás sentido meu corpo todo latejar e minha barriga roncar, logo ele me volta com um prato enorme de comida. Não sei de onde ele tirou aquilo, mas com certeza ele não fez agora.

- Valeu... -falei receosa pegando o prato-

Jaca: Valeu é o caralho, tô doido pra socar tua cara pra tu parar de ser assim! -se jogou na cama se virando pra parede-

- Vai rolar nem uma águazinha? -fiz bico e ele nem respondeu- Tua mãe me trata melhor.

Jaca: Foda-se! -resmungou-

Eu estava varada de fome então em menos de 10 minutos eu terminei a comida e coloquei o prato no chão antes de me endireitar com dificuldade na cama. Jacaré parecia já ter capotado novamente, no fundo, eu queria agradecer a ele por estar me dando essa força mesmo eu pentelhando a vida dele, apesar dele merecer, né. Mentiroso, safado, é isso que ele é!

Jaca: Tá me olhando assim pq, porra? -perguntou do nada ainda virado pra parede-

- Como vc sabe que eu tô te olhando? -franzi o rosto-

Jaca: Não sabia, só deduzi. -riu pelo nariz e eu bufei- Tu me faz perder a porra do sono, me faz um cafuné, aí.

- Se manca, Jacaré. Faço cafuné em homem casado, não.

Ele se virou pra me encarar.

Jaca: Mas transar tu transa, né?! -falou debochado-

Amor IngratoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora