Capítulo 62

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Jacaré narrando

44 dias que eu não tô conseguindo dormir direito, 44 dias sem ter se quer um minuto de paz absoluta, estou prestes a pedir arrego pelo simples fato da Karina ter SUMIDO DO MAPA, já caçei ela em todos os lugares que eu pudesse imaginar mas não encontrei, consegui o número novo dela com a Luíza, encho o celular dela de mensagens e nada dela me responder.

Eu tô sem acreditar que realmente a perdi, eu não quero acreditar nisso... Sinto um gelado na espinha só de imaginar que nunca mais vou vê-la, sinceramente, sou capaz de surtar. O que me tranquilizou um pouco foi que Sara disse que ela mandou mensagem dizendo que está bem mas não falou se vai voltar, se foi pra sempre... Mano, que mulher do inferno. Uma caixinha de surpresas.

Até pra cima do Luís eu já fui, sei que esse arrombado tem alguma coisa haver com esse sumiço dela... Nada tira isso da minha cabeça mas ele não quis me falar nada, só não matei o desgraçado por causa da minha mãe. Papo reto!

Aluguei uma casa fora do morro, na região dos lagos pra ser mais específico, pra morar com a diaba da Raphaela mas tô indo pro morro toda semana pq não aguento ficar aqui só olhando pra cara dela, o que me salva é sair com o Davi pq aqui posso transitar mais tranquilo do que no Rio, só não posso dar mole de rodar.

- Tem o que de bom pra mim? -atendi o celular-

Rico: Os porco invadiram te caçando no ódio, eles acham que tu ainda tá aqui.

- Excelente! Só não dá mole de meterem uma UPP aí dentro, porra, chumbo na cara deles... Preciso ficar tranquilo, longe da vista. Nenhuma notícia?

Rico: Ela ainda não deu as caras por aqui. Luíza comentou comigo uma vez que ela já fez isso com o primeiro namorado dela, o cara era um malucão que batia nela e os crl, um dia a mina juntou as coisas dela e meteu o pé da vista do cara. -bufei-

- Eu não fiz porra nenhuma, não tem motivo dela sumir assim.

Rico: Tua mulher fez, né cria. Vai saber, mulher é bicho doido. -ouvi uma barulhada do outro lado da linha- Vou resolver um b.o aqui, tamo junto.

- Jae, vai lá. -desliguei-

Joguei o celular no balcão da cozinha e suspirei me apoiando ali tentando organizar meus pensamentos, pelo menos o morro tava sussa, mínino de tranquilidade. Davi veio até mim cabisbaixo e eu já até sabia quem era.

Davi: Quando vamos voltar pra casa? Quero ver meus amiguinhos... -parou na minha frente-

- Nossa casa agora é aqui, Davi. Tem várias crianças pelo condomínio...

Davi: Quero MEUS amigos e MINHA vovó! -falou bravo-

- Vou trazer ela aqui pra te ver quando der mas os amigos vou ficar devendo, filho. -me agachei até ele- Lembra que o papai falou que era perigoso ficar lá por causa do tiro?

Davi: Mas vc manda em tudo, pode mandar o tiro parar. -ri fraco-

- Não é assim, cara. Ó, vamos fazer assim: Te levo no shopping pra gente comprar um brinquedo novo e encerramos esse assunto, jae? -ele fez uma careta- Um brinquedo e um lanche?

Um sorriso se formou nos lábios dele e eu levantei rindo do quão interesseiro esse moleque é, coloquei uma roupa maneirinha dele e fui no quarto colocar um traje decente enquanto ligava pro Cicatriz avisando pra ele vir fazer a segurança.

Amor IngratoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora