Capítulo 43

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Karina narrando

Eu já tô a uns cinco minutos grudada no vaso vomitando tudo que comi o dia todo, nada para no meu estômago e se eu não tô vomitando eu tô desfalecida na cama. Esse encontro com o Luís me adoeceu real, não consigo parar de pensar na merda que isso pode dar e tô a um passo de juntar minhas coisas e sumir do mapa de novo.

Me assustei com o toque do meu celular, que estava na minha cintura, peguei-o e vi o nome do Jacaré na tela, nem atendi, não tava afim de ver nem falar com ninguém mas como esse homem não sabe fazer as coisas a não ser do jeito dele, ele me infernizou até eu atender.

- O que foi, cara? -atendi falando calma-

Jaca: Tá de sacanagem comigo? Tô aqui na esquina te esperando, mandada. -falou puto-

- Namoral Jacaré, hoje eu não tô afim... Quero ficar no meu canto.

Jaca: Falei que ia te buscar pra gente dá um rolê, pô... Quero te ver!

Quando eu ia responder o vômito veio com tudo. Afastei o celular do rosto e me virei pro vaso quase botando as tripas pra fora.

Jaca: Karina? Karina? Tá aí? -respirei fundo- Me responde, filha da puta, que barulho foi esse?

- Eu tô mal, Jacaré, quero ficar sozinha.

Jaca: Fodase o que tu quer mermão, tô indo pra aí agora e se tu não abrir a porra desse portão eu vou arrombar esse caralho! -desligou-

Bufei encostando meu corpo na parede gelada, nem forças pra levantar eu tinha, não fui pro curso, não fui pra faculdade, passei o dia sendo uma inútil pro mundo só pensando o quanto sou desgraçada e azarada.

Levantei me apoiando no vaso, lavei meu rosto e escovei os dentes mas aquela cara de abatida não saia de mim, escutei as porradas que o bicho do Jacaré deu no portão e fui atender. Assim que ele bateu o olho em mim, nem falou nada só me fitou e entrou, bati o portão e segui com ele até a sala em silêncio.

Jaca: O que tu tá sentindo? -levou as mãos a cintura me observando sentar no sofá-

- Raiva, tristeza, preocupação, estresse...

Jaca: Não tô falando disso, Karina, não vem pagar de maluca.

- Ah cara, eu tô mal! Essa história tá mexendo até com meu organismo, não consigo comer nada.

Jaca: Vai ficar tudo certo, pretinha. -veio pro meu lado-

Minhas lágrimas já tavam na portinha do olho.

Jaca: Já dei o aval pro cara não poder pisar aqui no morro então tu pode andar tranquila por aí.

- Não, cara, não acredito que vc fez isso. -encarei ele- Porra Jacaré, isso só piora a situação, ele vai querer se vingar, vai armar pra me levar pra São Paulo de novo quando eu tiver indo pra faculdade... -falei desperada- Eu preciso ir embora!

Jaca: Ou! Deixa de maluquice. -me segurou- Esse maluco não vai fazer nada contigo porra, deixa de ser paranóica.

Tentei falar mais minha voz não saiu só sussurrei um "Eu não consigo" e me encolhi no sofá.

Amor IngratoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora