Capítulo 3

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Karina narrando

Que porra cê tá fazendo, Karina???
É isso o que vc quer pra sua vida???
Preciso sair dessa situação!

Levantei rapidamente ficando de costas pra ele e ouvi seu suspiro frustrado, fui pro banheiro em passos rápidos me trancando em seguida, encarei meu reflexo assustado pelo espelho.

- Que porra vc ia fazer, retardada? -sussurrei-

Tirei minha roupa rapidamente, entrei no banho me molhando da cabeça aos pés tentando tirar a imagem dele tão próximo de mim da minha mente. Fiquei mas um tempinho no banho, aproveitei pra lavar meu cabelo, quando eu saí do box reparei que não tinha nem trago roupa.

- Puta merda! -exclamei baixinho-

Vesti o mesmo baby doll que eu tava, coloquei a toalha na cabeça pra secar meu cabelo e saí do banheiro indo pro quarto rapidamente, troquei de roupa colocando um short jeans e uma regata qualquer.

Sei que uma hora eu teria que sair daquele e olhar na cara dele mas quanto mais eu pudesse atrasar isso, eu faria.

Jaca: Vai ficar me evitando mesmo? -perguntou alto da sala-

Respirei fundo abrindo a porta do quarto.

- Eu tava... só trocando de roupa. -falei firme-

Ele me olhou do mesmo jeito novamente.

- Tem como vc parar com isso? -passei pro banheiro- Eu não quero ficar contigo e ponto. É difícil de entender?

Ele levantou e parou na porta do banheiro me olhando finalizar meu cabelo, preferi nem olhar pra ele.

- Esse tiroteio não termina nunca? -perguntei já irritada-

Jaca: Nunca morou em favela, não? -neguei e ele riu pelo nariz- Por isso vc tava jogada no chão quando eu entrei?

- Eu tava tentando não ser atingida por um tiro, né?! -ele riu- Qual a graça, ué? -encarei ele-

Jaca: Nada, Kaká. -ergueu as mãos em forma de rendição-

Torci o nariz ao ouvir ele me chamar assim.

Jaca: Vai implicar com o apelido também? -estalei a língua voltando a atenção pro meu cabelo-

Quando ele ia falar alguma coisa o rádio dele apitou e soltaram alguns fogos, suspirei aliviada.

Jaca: Tô chegando aí na boca já já. -falou com o radinho perto da boca- Então, gatinha...

- Karina! -interrompi ele-

Jaca: Kaká! -revirei os olhos- Vou meter o pé. Valeu pelo curativo e por ter me deixado ficar aqui!

- Eu tinha escolha? -perguntei olhando pra ele, que deu os ombros- Vê se cuida disso aí pra não piorar.

Jaca: Que seja, né. Pra vc eu sou a mesma coisa que nada! -gargalhei vendo ele me olhar sério-

- Como vc é tosco, Jacaré...

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