Capítulo 123

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Karina narrando

Depois de uns segundos tentando puxar o ar pros meus pulmões, senti uma mão no meu ombro e me afastei bruscamente assim que vi ser o Rico.

Rico: Qual foi, só tô querendo ajudar...

- Eu não preciso de ajudar nenhuma, Rico. Vc e Luíza são farinha do mesmo saco, quero os dois longe de mim!

Ele suspirou.

Rico: Tenho que desenrolar uma parada contigo mas não pode ser aqui! -ri sem humor, negando com a cabeça-

- Não vou pra lugar nenhum com vc!

Rico: Não tô te chamando p ir p lugar nenhum comigo até pq tu é mulher do meu mano e pega malzão. -falou sério-

- Descobriu isso hoje? -debochei- Pq a um tempo atrás vc tava...

Rico: Aqui não! -falou um pouco mais alto me interrompendo e me encarando seriamente- Tô querendo te dar um papo na pureza mermo, ajuda sincera e tu nessa retranca. Tá quase branca ai ó, cara pálida e querendo botar banca...

O meio da fala dele eu já não ouvia mais nada. Meu ouvido zumbia, minha cabeça girava e, segundos antes das minhas pernas cederem, me apoiei na parede ao meu lado sentindo minha visão turva.

Rico: Porra, Karina! -falou me segurando- Tá sentindo o que?

Minha boca tava seca, eu não conseguia falar se quer uma palavra. Senti o Rico me pegar no colo e me colocar dentro de um carro com a ajuda de alguém, Dep is disso só lembro de adormecer no banco de trás.

(...)

Acordei no susto com o grito da Luíza ecoando bem no meu ouvido. Ainda estava meio zonza mas consegui sentar na cama notando que eu estava na casa da Dani, fiquei parada durante um tempo pensando em tudo que aquela cobra disse e tentando organizar minha mente, foi ai que eu notei que já estava escurecendo.

Nessa, só conseguia pensar na minha bichinha, que deve tá morrendo de fome. Levantei da cama devagar e caminhei pra fora do quarto chamando a atenção da Dani, do Rico e da Sara, que estava amamentando a minha filha, os três com uma cara péssima. Olhei a cena com estranheza.

Dani: Eu não sabia mais o que fazer. Doralice tava morrendo de fome e o doutor disse que vc poderia demorar a acordar...

- Doutor? -franzi o rosto-

Rico: Um amigo aqui do morro. Não desci contigo pro hospital pra não levantar bandeira. Tá suave?

Assenti.

- Só minha cabeça que tá doendo um pouco. -falei indo em direção a Sara- Filha... mamãe chegou, amor.

Ela nem me deu atenção tava focada em puxar o peito da Sara com toda força que conseguia.

- Obrigada, amiga. -forcei um riso pra Sara-

Sara: Sempre vou ser por vcs, não precisa agradecer. -segurou minha mão-

Eu sentia muita sinceridade na Sara mas não vou negar que a traição da Luíza me deixou neurótica até com a minha sombra.

Amor IngratoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora