Capítulo 14

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Karina narrando

Eu tava travada. Queria dar um tapa na cara dele mais minha mão não respondia aos meus comandos, meus neurônios pareciam ter entrado em colisão no exato momento que ele me beijou. Eu estava lutando com uma estranha vontade involuntária de corresponder aquele beijo mas algo ainda me mantinha lúcida.

Uma das mãos dele grudou no meu pescoço apertando-o levemente e me levando mais pra ele. Vc resistiria? Porque eu não resisti.

Tava demorando, né gatinha?!

Ele sabia o jeitinho certo pra me persuadir, não sei exatamente como mas com certeza ele sabia.

- Jacaré, não... -falei com dificuldade-

Ele me ignorou totalmente. Seus beijos logo desceram pra lateral do meu pescoço me deixando completamente arrepiada.

Espero que alguém aqui entenda a solidão sexual da mulher com a perna quebrada, sinceridade. Já iria fazer três meses que eu não fazia absolutamente NADA! É enlouquecedor.

Jaca: Eu quero vc! -falou no pé do meu ouvido-

- Mas eu...

Jaca: Vc o que? -perguntou virando meu rosto pra ele, fazendo eu o encarar- Vai me dizer que tu não quer?

O jeito que meu corpo reagia a esses toques dele é surreal, nem parece que habita uma Karina aqui.

Jaca: A gente nem pode fazer nada, por causa desse maldito gesso. Um beijinho não mata!

Vai falar nada não, retardada?

Eu não consigo!

Se não der um basta agora vai ser o start do problema!

Vai ser só um beijo.

Vc é burra ou que? Não vai ser só um beijo.

Burra. Mil vezes burra.

Dei o passe livre pra que ele me beijasse, eu não disse nada mas parece que ele conhecia meus comandos apenas com o olhar. O beijo era tranquilo mas tinha fogo, não conseguíamos nem parar pra respirar, a mão dele alcançou um dos meus seios e ele apertou ali com força me fazendo gemer contra a sua boca.

Um sorriso maroto se formou em seus lábios ainda no meio do beijo.

Quando o Jacaré pensou em descer mais a mão, o rádio dele apitou, ele tentava pará-lo mas parecia ser a missão mais difícil do mundo, tava um falatório terrível.

Rico: Problema na DaSeis, Jaca. Caí pra cá! -falou pelo rádio-

Tentei afastar ele e encerrar o beijo mas o bonito me impediu.

- Vai logo! -virei o rosto-

Jaca: Eles sabem se virar, minha preta. Relaxa!

Eu quis rir, gargalhar na verdade, mas me mantive neutra.

- Se soubessem não teriam te chamado. -tirei a mão dele de mim olhando pra tv-

Amor IngratoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora