Karina narrando
Acordei sentindo um incômodo por todo meu corpo então preferi nem me mover, só abri os olhos me acostumando com a claridade, Luíza e Dani estavam perto da janela conversando mas assim que me viram acordada se aproximaram.
Dani: Como vc tá, minha filha? -passou a mão na minha cabeça-
- Bem! Cadê a minha filha? -olhei para os lados-
Lu: Eu vou chamar o médico, ele vai te explicar melhor.
O desespero logo bateu mas eu fiquei na minha, estava me sentindo tão cansada que não tinha nem disposição pra falar muita coisa. Logo a Luíza voltou acompanhada do médico.
Dr: Eai, como vc acordou?
- Querendo saber da minha filha, como ela tá?
Dr: Bem, como o parto foi prematuro ela nasceu com pouco peso e, pelo parto demorado, tivemos que colocá-la para respirar com a ajuda dos aparelhos. -falou me olhando atentamente- Ela ainda vai precisar ficar algum tem na UTI Neonatal até ganhar o peso exato.
Suspirei sentindo meu peito doer só de pensar na minha princesinha grudada à aqueles aparelhos.
- Mas ela corre algum risco de vida?
Dr: Iremos constatar isso durante o tempo que ela estiver aqui, mas creio que não.
- E quando eu vou poder vê-la?
Dr: Amanhã mesmo mas ainda não é recomendado que vc segure ela por causa das condições de saúde. -assenti-
- Muito obrigada por tudo, Doutor, serei eternamente grata por tudo o que vc fez por mim naquela sala de parto. -ele sorriu-
Dr: Não precisa agradecer, é uma honra. -olhou a prancheta- Pois bem, agora vamos falar de vc... Seus exames estão perfeitos, mas após o parto sua pressão está oscilando bastante então estamos aplicando remédios para normalizar isso, creio que daqui a uns três dias vc já possa ter alta.
Ficamos conversando mais um pouco sobre meus exames e da minha pequena mas logo o médico saiu, apesar do cansaço eu tava tão feliz pela minha filha já estar no mundo que mal cabiam tanta alegria dentro de mim, só Deus sabe o quanto eu tô doida pra pegar ela no colo e enchê-la de amor.
- Vcs já viram ela?
Lu: Não mas tô ansiosa por isso. -falou sentando a beira da cama- Será que ela é a sua cara?
- Tomara né, aí dela não ser. Carreguei esse tanto de tempo pra vim com a cara daquele infeliz? Porra nenhuma!
Dani: Karina, eu...
- Dani, com todo respeito, eu não tô nem aí se vc sente muito pq na verdade vc vai abraçar toda e qualquer mulher que estiver com o Jacaré, então pouco me importa o que vc ou ele estão sentindo agora. -falei séria-
Ela só balançou a cabeça assentindo permanecendo quieta então o clima do quarto logo pesou né, mas na real eu não tava nem aí mesmo, só tô cansada de tudo e de todos. Ouvi meu celular tocar dentro da bolsa, Luíza pegou olhando o visor.
Lu: Menor. -me olhou- Quem é?
- Me dá aqui. -estendi meu braço e ela me entregou- Alô? -atendi-
Menor: Caralho, doida, até quem fim. Onde vc se meteu?
- Tive que sair pra resolver umas coisas.
Menor: Coe, tu movimentou esse morro de uma forma terrível ontem, cara. Pesadelo me fez te caçar igual um doido. -ri fraco- O que aconteceu?
- Ela nasceu!
Menor: Tá de brincadeira?
- Foi um pesadelo, Menor, mas valeu muito a pena.
Menor: Coe, mano, tô nem acreditando. E como ela é? Parecida contigo?
- Ainda não vi, ela tá na incubadora, só amanhã!
Menor: Porra, parabéns nega, papo reto. Então quer dizer que agora me livrei de tu?
- Parece que sim! -falei rindo- Se me ligou é pq tá sentindo falta.
Luíza me olhou franzindo a testa mas fingi demência.
Menor: Te falar legal, vou sentir faltar de fazer tuas vontades e te ver aparecer no portão descabelada. -gargalhei- Vai trazer ela aqui pra eu ver, né?
- Aí que abuso!!! Vc que tem que vir ver ela, eu hein.
Menor: Jacaré vai bater neurose não?
- Não tô mais com ele.
Escuteu uma barrulheira acompanhada de vozes do outro lado da linha.
Menor: Coe, depois tu me conta isso direitinho, jae? Se cuida. Beijão pra vcs! -falou rápido-
Logo em seguida ele desligou sem nem me dar tempo de falar nada, larguei o celular vendo a expressão confusa da Luíza.
- O que é? -franzi a testa-
Lu: Quero saber quem é esse né?
- Um amigo, né Luíza. Eu hein, me deixa em paz!
Ela estalou a língua.
- Se vcs quiserem ir podem ficar a vontade pois vou dormir e pretendo acordar só na hora que eu puder ver minha filha.
Dani: Eu vou ter que voltar pro morro mesmo, o Davi tá com a Denise e sabe como ele adora atormentar ela, né?! -falou levantando da cadeira-
- Tô morrendo de saudades do meu príncipe. -fiz bico- Vê se amanhã trás ele. -ela assentiu-
Dani: Quer que traga mais alguma coisa?
- Só a bolsa da Doralice, que tá na casa do seu filho, as minhas coisas eu vou pedir pra alguém trazer.
Dani: Ele não para de perguntar por vcs.
- Que bom! -falei com indiferença-
Logo ela se despediu e foi embora, não queria estar tratando ela assim mas não consigo parar de pensar que todo mundo sabia que o Jacaré tava me corneando e só a Luíza colocou a cara a tapa pra me contar, eu com essa minha mania de achar que todo mundo é meu aliado, meu amigo quando na verdade as pessoas só estão comigo quando é conveniente à elas.
⛔
Gente do céuuuuu, achei que tinha postado o capítulo na segunda KKKKKKKK mil perdões pela demora.
Já já libero outro.
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Amor Ingrato
General FictionKarina, mesmo com apenas 22 anos, já sofreu mais do que alguém possa merecer, seu passado é um tanto macabro e infeliz, sempre que ela acha que sua vida vai começar a dar certo, tudo desanda e volta a estaca zero. O destino não cansa de ser ingrato...