54. Ressurreição

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Passado algum tempo desde que os representantes continentais solicitaram meios de transporte para o povo de Animarium, os primeiros navios e aeronaves começaram a chegar com alguns dias de antecedência. Estando em terras, tribais eles receberam instruções diretas de seus líderes para conceder abrigo ao maior número de pessoas possíveis. Apesar da superlotação enfrentada na ilha do Templo dos Mil Degraus, a operação de desapropriação da mesma era coordenada pelo conselheiro-mor Nilo, que organizou tribais e animais em filas para melhor organização.

_ Do mesmo modo que nos organizamos para atravessar as pontes da ilha, faremos aqui! Crianças e aqueles que não podem lutar vão na frente, chefes de família logo em seguida. - Diz o conselheiro, em alto tom de voz.

Mesmo com esperança na fuga, era difícil para todos de Animarium abandonarem as terras de seu continente mais uma vez, já que há alguns dias atrás eles também foram obrigados a deixar seus respectivos lares para trás pois as bruxas já haviam tomado boa parte deles. Enquanto isso, no Templo dos Mil Degraus, os representantes continentais discutiam os últimos pontos de sua estratégia de guerra antes de despedirem-se no cais improvisado na parte de trás da ilha.

Desde que Avalon se retirou do meio deles, os representantes sentiram-se mais livres para falar de assuntos decisivos para a guerra, já que nenhum deles confiava de fato no líder do yétis. Giovanna, estando entre eles, ficou surpresa ao ver que Terano estava vivo, mas deixou a curiosidade sobre este fato de lado a fim de contribuir com os planos como conselheira de sua mãe, a rainha Gênova, de Lúnia.

_ Sabemos que as bruxas evitarão o confronto com o sobrinho da Relva a qualquer custo! Na verdade, acredito que esse seja um dos motivos desta guerra. - Diz Terano.

_ Concordo com você! - Diz Kevin.

_ O Afrody é um dos motivos da guerra? Achei que elas promoveriam este conflito de qualquer jeito. - Diz Giovanna.

_ Sim, elas já buscavam um exército desde a última vez que pisaram em Animarium. Porém, para elas, o garoto teria morrido durante o ataque delas à Celestian há dezessete anos. Quando descobriram que sua invasão falhou, passaram a ter um motivo a mais para querer a guerra. - Diz Terano.

_ Então tudo isso é pra matar o Afrody! Essas bruxas são tão malditas quanto todos os espíritos impuros que elas invocaram! Não, elas são mais do que todos eles juntos! - Diz Giovanna, irritada.

_ Todas as ofensas proferidas contra elas são poucas em relação ao que elas realmente merecem! Meu sobrinho ameaça o capricho delas de querer ser o que a irmandade ancestral é, e mesmo sem confrontá-lo diretamente, elas tentarão atingi-lo neste fogo cruzado. - Diz Relva.

_ O mais sensato a se fazer seria proteger o garoto, escondendo-o. - Sugere a rainha de Lúnia.

_ Com um exército daqueles, elas atacarão simultaneamente todos os continentes, seria uma questão de tempo até que encontrem o Afrody. Lembrem-se de que a única coisa que as impedem de invadir este lugar em que estamos é a presença da irmandade ancestral, que permanece aqui em seu antigo lar e que ainda é forte o suficiente para interferir no mundo físico, ao menos por mais algum tempo. Essas foram as últimas palavras do oráculo ao qual a Estrela Dalva confiou sua profecia, a mesma que diz respeito ao sobrinho da Relva e, portanto, todos nós. - Diz Terano.

_ Então o Afrody deve confrontá-las diretamente, para cumprir a profecia. - Diz Kevin.

_ Por mais que eu odeie admitir, sim. - Diz Relva.

_ Nosso papel nesta guerra é retirar do caminho do Afrody tudo aquilo que pode atrapalhá-lo na luta contra as bruxas e ao mesmo tempo proteger nossos povos. - Diz Terano.

CelestianWhere stories live. Discover now