Celestian

57. Abertura

Desde que as estrelas suscitaram no coração humano da quarta irmã ancestral o desejo de se tornar uma delas e essa o realizou, sua discípula vagou por este mundo como a grande detentora da profecia que iria ditar o resultado da maior de todas as batalhas, aquela que já ocorre desde o início dos tempos, a derradeira guerra entre o bem e o mal.

Yue, mais do que todos os possuidores de individualidade astral, possuía um vínculo especial com os astros, e ocasionalmente eles confiavam a ela instruções, advindas se não da grande intercessora nos céus, a Estrela Dalva. Nos anos antecedentes à batalha do herdeiro multicolorido da esperança contra as representantes das trevas essas revelações ficaram ainda mais frequentes, fazendo com que a discípula achasse por bem segui-las, a fim de garantir a futura vitória das forças aliadas.

Pouco se sabe sobre o papel das estrelas na imensidão do universo, alguns dizem que existem apenas para iluminar a vasta escuridão infinita, outros já creem que elas moldam a realidade como bem querem, mas a grande verdade só pode ser vista em comunhão com outra luz, uma fagulha sobrenatural provinda da fé nos astros, nas estrelas e em tudo que seus raios cintilantes tocam.

As estrelas são em maioria entidades pensantes e benevolentes que desejam abrigar a todos debaixo de sua luz, ao contrário do que muitos pensam, elas não podem interferir no livre arbítrio de cada pessoa, logo, não são onipotentes. Em vez disso, elas contentam-se em manifestar a sua vontade através de sinais, que podem ou não serem seguidos pelas demais formas de vida, sobretudo àqueles que lhes são próximos ou nutrem certa devoção pelas mesmas.