49. O Despertar do Rei

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Interrompidos pela instabilidade do processo adaptativo do Rei de Celestian, Yara e Dylan rumaram de volta para o palácio real, onde encontraram Shion, Sabrina e alguns guardas tentando inutilmente se aproximar de Afrody levitando no centro do quarto, repelindo qualquer um que ousasse dar um único passo em sua direção, levitando também tudo ao seu redor enquanto instigava um movimento rotatório em todos os objetos, liberando variações luminosas e multicoloridas de suas têmporas.

_ Precisamos dar um jeito de chegar no Afrody, se isso continuar como está, o palácio será destruído! – Diz um dos guardas.

_ Sem falar nos danos que o Afrody está sujeito diante dessa instabilidade. – Diz Sabrina.

_ Posso eletrizar uma das agulhas da Shion para que ela o acerte com sua individualidade magnética. O choque pode deixar o Afrody estável novamente. – Diz Dylan.

_ Você acha que eu já não tentei lançar algumas agulhas? Seu amigo repele tudo, as agulhas não chegam nem perto, mesmo comigo as controlando magneticamente. Entre a força telecinética que emana do rei e minha simples individualidade magnética, não há sequer competição. – Diz Shion.

_ Meus poderes também não surtirão efeito algum... só se eu... – Dizia Yara, consigo mesma.

_ Não, você não vai! Não pode! Você sofreria danos graves se fizesse! – Diz Dylan à sereia.

_ Sim, eu sofreria danos, mas eles não seriam irreversíveis, ao contrário do Afrody. – Diz Yara.

_ Por todas as estrelas do firmamento, do que vocês estão falando? – Pergunta Shion.

_ Yara quer usar o cântico fúnebre pra aumentar seus poderes e tentar nos ajudar! Isso está fora de cogitação! – Diz Dylan.

_ O Cântico Fúnebre? O que exatamente é isso, Yara? – Pergunta Sabrina.

_ É uma música ensinada a todas as sereias, por precaução. Quando entoada com as notas certas, a canção amplia consideravelmente a capacidade de dominação elemental de uma sereia. Posso manipular a água de acordo com o alcance do som, quanto mais alto for, maior será o alcance da minha dominação. Eu posso dominar até mesmo...  – Explica Yara, enquanto se recolhe em si mesma, tentando conter os calafrios que lhe davam após a última insinuação.

_ Dominar o que? O que você pode dominar? – Pergunta Shion.

_ Sangue! Eu posso manipular o sangue dentro de um corpo. Eu posso acalmar a circulação sanguínea do Afrody, facilitando pra vocês se aproximarem dele! – Diz Yara.

_ Pode funcionar... a telecinesia não repele som, a voz da Yara alcançaria o Afrody e como mais da metade do corpo humano é composto de água, ela não teria dificuldade em dominá-lo. – Diz Sabrina.

_ Vocês estão esquecendo o preço que a Yara pagaria por fazer isso! Diga a eles, Yara... – Diz Dylan.

_ Yara, é difícil acreditar que um poder assim seria livre de consequências para as sereias, caso contrário vocês seriam a raça mais poderosa existente. A alarmante preocupação do Dylan sugere que ele sabe exatamente o que acontecerá. Se vamos concordar com isso, precisamos que explica toda a extensão do seu poder, incluindo as consequências de usá-lo. – Diz Sabrina.

_ A Yara vai morrer se ela fizer isso! – Grita Dylan.

_ Não! Eu não irei! Ao menos não se vocês forem rápidos o suficiente. O Cântico Fúnebre é uma faca de dois gumes, apesar de poderoso, ele requer sacrifício. Dominação de água nesse nível, para uma sereia iniciante como eu, possui um alto preço. Água por água, é assim que deve ser. – Diz Yara.

CelestianWhere stories live. Discover now