62. Ilhas da Música

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É sabido por todos que a irmandade ancestral lutava em favor da biodiversidade, em suas mais variadas formas de cuidado, porém, na era anterior à energia vital, muitas espécies foram levadas à extinção e nunca mais foram vistas

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É sabido por todos que a irmandade ancestral lutava em favor da biodiversidade, em suas mais variadas formas de cuidado, porém, na era anterior à energia vital, muitas espécies foram levadas à extinção e nunca mais foram vistas. Entristecidos com tamanha tragédia, os irmãos, no tempo de sua pregação, tempo em que andavam por todos os lugares dos continentes em que escolheram ensinar, buscavam formas de preservar todas as espécies de seres vivos existentes na biosfera e obtiveram sucesso em grande parte delas.

Elias mantinha o equilíbrio dos elementos, tornando a vida propícia nos vários ecossistemas e facilitando o trabalho de Estácio, que tentava elevar as plantas a todo o seu esplendor, exaltando a mãe natureza em seus escritos. Ânimus, por outro lado, podia sentir o que os animais sentiam, e essa empatia o levou a encontrar seres que há muito já haviam sido dados como extintos e outros que eram considerados como verdadeiras lendas.

O primeiro rei de Animarium lutou para preservar essas espécies escondendo-as nos lugares mais seguros possíveis, até se reproduzirem e se espalharem novamente sobre a terra, concedendo-lhes poderes especiais provindos dele próprio, para ajudá-las a sobreviverem ao longo dos séculos. Deste modo, muitos animais adquiriram a habilidade da fala e outros aumentaram significativamente sua capacidade adaptativa, preservando tais dons até os dias de hoje.

Dentre todos esses animais, o mais estupendo deles é sem dúvida nenhuma aquele que vive no interior do lago da vida, o mesmo que pode ser visto das janelas do castelo suspenso, no refúgio tribal B. Em toda a história da humanidade, houveram mais de duas mil aparições de tal a serem relatadas por pessoas que afirmaram com bastante convicção de que viram uma espécie de "monstro" em determinado lago pelo mundo afora.

Ânimus jamais havia visto nada semelhante, aquele era sem dúvida alguma o último da espécie, e por isso concedeu a ele poderes especiais, para que sobrevivesse por muitos e muitos séculos e o escondeu no lugar onde sabia que estaria seguro, em seu próprio continente, Animarium. Logo após, fez nas proximidades do referido lago a sua morada, e os seus próprios seguidores, que o amavam e o declararam como seu rei, construíram ali mesmo o seu palácio.

Por alguma razão, a criatura nunca veio a público, ao menos não diretamente, mas ela nunca negou seu auxílio àqueles que julgou serem dignos de sua confiança, auxílio esse proveniente das habilidades do irmão ancestral que lhe foram concedidas, e por essa razão, o lago passou a ter o nome "vida", era o "lago da vida", pois ali "há vida para todos que a buscam", assim dizia Ânimus quando lhe perguntavam sobre aquelas águas, que adquiriram poder suficiente para afastar qualquer mal espírito.

Em tempos de esperança, o inesperado pode sempre acontecer e até mesmo um "monstro" pode fazer um amigo. Cientes dessa relação prodigiosa que floresceu nos dias atuais, as estrelas instruíram Yue a solicitar o auxílio da dita criatura e daquele a quem ela é próxima, e assim foi feito, todavia, cabe a eles atender ou não a este pedido. Poucos dias depois, o oráculo de Animarium fez seu último sacrifício em favor da luz multicolorida e deixou este mundo como a heroína que sempre foi, por sua abertura em fazer sempre a vontade do alto.

CelestianWhere stories live. Discover now