72. Vermelho Chiffon

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No esquadrão médico, a rainha Gênova assumiu o comando após a decisão de Relva de ir para as linhas de frente com seu sobrinho, com apoio da Têmpora das Estações que logo chegou em companhia das ninfas que a escoltavam. A tia do rei, deixou um grande estoque de poções e antídotos para ocasiões específicas e a rainha de Lúnia era a pessoa mais indicada para catalogá-los, já que era uma farmacêutica muito habilidosa desde sua adolescência.

O continente de Lúnia é conhecido não só pelo seu contato com a natureza, mas pela produção de remédios em grande escala, já que eles possuem todos os meios para a produção do mesmo. Não é atoa que os maiores químicos do passado e da atualidade provêm de lá, afinal o continente élfico exporta medicações a todos os outros, fazendo inclusive negociações que beneficiam ambos os lados a fim de conseguirem matéria prima para suas fabricações.

Há quem diga que Lúnia é o berço da fofoca, pois o continente é ponto de parada de muitas pessoas, tanto pela comercialização internacional quanto pelo turismo em suas belas paisagens. Por essas e outras razões, a pessoa escolhida para coordenar o conselho élfico, precisa ter um vasto conhecimento sobre tudo que Lúnia importa e exporta, como se as quatro regiões estacionais fizessem parte de um grande bloco econômico sob tutela direta da família real luniana.

Gênova, mesmo gostando da emoção do campo de batalha, sabia que por possuir toda essa bagagem administrativa era a pessoa ideal para coordenar o esquadrão médico, e também por isso Relva não hesitou em deixar o cargo para ela quando a mesma entrou em cena.

A rainha de Lúnia realmente tinha jeito para a coisa, quando viu que soldados feridos não paravam de aparecer no chão do esquadrão médico teletransportados por individualidade astral até a área central onde não havia tenda alguma, determinada "Ponto de Apoio", ela imediatamente selecionou pessoas para transportá-las às tendas, onde havia uma equipe pré-determinada para tratar o paciente o mais rápido possível para que tão logo retornasse ao campo de batalha.

As várias tendas do esquadrão médico eram feitas de Chiffon, um tecido simples muito famoso no continente élfico, feito de seda, algodão rayon ou sintéticos, têm um aspecto de leveza e certa transparência, condizente com a sutileza de quem o usa diariamente no mundo da moda, por essa razão, as tendas possuem três camadas de Chiffon, para manter a leveza e corrigir o aspecto transparente sem perder o frescor tradicional proporcionado pelo mesmo.

A imperatriz das águas, Azura, e o imperador dos raios, Nêutron, este último já em idade avançada, auxiliavam a rainha de Lúnia como seus braços direitos, isso até que fossem requisitados no campo de batalha. Isso foi decidido porque mais de setenta por cento do corpo humano é composto de água e a manipulação da mesma poderia ser de grande utilidade para o esquadrão médico, assim sendo, a dita imperatriz, mesmo estando com sua raça reduzida devido aos últimos acontecimentos, a dividiu em duas partes, uma iria permanecer no esquadrão médico e as outras iriam lutar nas linhas de frente.

Nêutron, por outro lado, fez o mesmo, porém mobilizou maior parte dos faunos de relâmp-cos para o campo de batalha, já que seu poder bélico seria de grande ajuda para as forças aliadas. Os poucos faunos e faunesas que permaneceram no esquadrão médico com seu imperador ajudavam em procedimentos de reanimação e na supervisão dos equipamentos de altíssima qualidade tecnológica que disponibilizaram.

Tudo era muito bem organizado, a rainha coordenava tudo como se sempre tivesse feito aquilo, como se já conhecesse todos naquela equipe, e de fato conhecia alguns rostos, mas não ao ponto de presumir a habilidade de todos, como fazia acertadamente. Gênova designou que as ninfas também se dividissem, para que cada tenda médica tivesse ao menos uma ninfa para auxiliar nos procedimentos com suas conexões e ligações, mas sem deixar algumas para a supervisão da Têmpora das Estações, já que eram elas suas guardiãs.

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